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Francisca Van-Duném viveu proclamação da independência angolana no país: “A seguir deitei-me na cama, dormi”

É já em Novembro do próximo ano que Angola assinala 50 anos de independência. Sobre este período, Francisca Van-Duném, ex-ministra da Justiça de Portugal, lembra que estava em Angola e, no dia em que a independência foi proclamada, ouviu a proclamação na rádio, tendo de seguida se deitado e dormido até ao dia seguinte.

: Site do XXII GOVERNO - REPÚBLICA PORTUGUESA
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"Retenho sobretudo de Angola o tempo em que aqui vivi, porque eu passo aqui o período da independência e é uma coisa de que eu ainda me lembro hoje com uma enorme nitidez", contou, em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA).

Nessa altura, relembra, estavam em "Luanda, numa cidade sitiada", que tinham as "tropas de África do Sul, com mercenários e com outros partidos a querer tomar Luanda para evitar a proclamação da independência", tendo sido "um período de facto muito, muito tenso porque na cidade ouve-se o ribombar dos canhões que estavam de facto aqui muito perto (...)".

Francisca Van-Duném disse ainda que "apesar do cerco havia um clima de exaltação, clima de grande alegria", lembrando que foram "varrer as ruas" para a "cidade estar em condições no grande dia", o dia da independência.

Aquando da proclamação da independência, contou que a ouviu na rádio e que a seguir se foi deitar e dormir. "A independência foi proclamada, ouvi pela rádio, ouvi o Presidente a proclamar a independência e a seguir deitei-me na cama, dormi e só acordei acho que às 10h00 do dia seguinte", disse, no meio de gargalhadas.

Na entrevista à TPA, Francisca Van-Duném também falou acerca da diáspora angolana. "Acho que uma diáspora é uma grande riqueza", apontou, acrescentando que qualquer das pessoas que pertencem à diáspora angolana "estará sempre disponível para colaborar com o progresso e com o desenvolvimento do país".

"Acho que esta diáspora é uma enorme riqueza", reafirmou.

Outros dos temas em destaque na entrevista foi a corrupção. Neste domínio, Van-Duném considerou que "todos os momentos são momentos oportunos para se combater a corrupção".

"A corrupção é um crime e como tal deve ser combatido", afirmou.

"Não podemos ter preconceitos no que diz ao combate à corrupção, devemos combate-la e a corrupção deve ser combatida com meios lícitos, assim como o resto dos crimes", acrescentou, em declarações à TPA.

Disse ainda ser necessário haver a formação de "pessoas especificamente para trabalhar nesse tipo de processos", realçando que não se pode "pensar que conhecer a investigação criminal signifique ser capaz de investigar um processo por corrupção".

Nascida em Luanda em 1955, Van-Duném é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1977. Foi ministra da Justiça de Portugal, sendo que desde 1979 que é magistrada do Ministério Público.

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