A apresentação da versão preliminar desta que é a primeira tabela da composição de alimentos a ser desenvolvida para Angola aconteceu no início deste mês, nomeadamente a 6 de Dezembro.
Segundo um comunicado da Universidade do Porto, a que o VerAngola teve acesso, o desenvolvimento da tabela – que contou com o envolvimento de professores da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP) e da Faculdade de Medicina (FMUP) da Universidade do Porto – aconteceu no âmbito do programa "FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola", com a dinamização da Universidade do Porto em parceria com o Governo angolano, com a gestão do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, das entidades locais das Nações Unidas, FAO e PNUD, bem como do Hospital Val D'Hebron, e financiado pela União Europeia.
Entre os propósitos da referida parceria, de acordo com a nota da universidade, consta o contributo para a diminuição da fome, pobreza, bem como da "vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional nas províncias" do sul de Angola mais impactadas pelas alterações climáticas, nomeadamente Cunene, Huíla e Namibe.
Já a "Tabela da Composição de Alimentos do Sul de Angola" visa possibilitar um melhor entendimento do valor nutricional dos alimentos e receitas da região, assumindo-se, assim, como uma ferramenta essencial para a "intervenção nutricional e alimentar em Angola, para o desenvolvimento de intervenções e políticas públicas na área alimentar e, em particular, para combater situações de insegurança alimentar que afectam a região", refere o comunicado.
No quadro da colaboração internacional, foi igualmente desenvolvido um Pacote Pedagógico de Educação Alimentar e Nutricional que tem prevista a divulgação de materiais a usar em actividade de sensibilização nas comunidades rurais, assim como actividades de formação para profissionais de saúde e outros que façam intervenção nas comunidades locais.
A equipa da universidade portuguesa, encabeçada pelos professores Duarte Torres e Carla Lopes, da FCNAUP e da FMUP, respectivamente, desempenhou um papel relevante no que diz respeito à colheita de dados acerca das práticas alimentares "e gastronomia local e na elaboração dos recursos educativos".
Assim, duas nutricionistas concretizaram visitas, entre Março e Junho do ano passado, ao Cunene, Huíla e Namibe, onde reuniram dados acerca dos hábitos alimentares, gastronomia da região, bem como dos alimentos ali produzidos e consumidos, entre outras acções.
