Segundo o secretário de Estado da Aviação Civil, Marítimo e Portuário de Angola, Rui Carreira, hoje, mais do que nunca, torna-se essencial reforçar o papel do transporte aéreo como facilitador da mobilidade, do comércio, da integração regional e, principalmente, como instrumento de coesão e crescimento económico sustentável.
Em declarações na abertura da 2.ª Conferência Ministerial da ONU Turismo e a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla inglesa) sobre Turismo e Transportes Aéreos em África, em Luanda, o dirigente defendeu políticas integradas para a promoção da liberalização do espaço aéreo africano.
O continente africano "possui um dos maiores potenciais turísticos do mundo: uma diversidade cultural riquíssima, património cultural único e uma juventude dinâmica e empreendedora. No entanto, menos de 5 por cento do tráfego aéreo mundial está concentrado em África, um continente que representa 16 por cento da população mundial", realçou.
Rui Carreira disse igualmente constatar que uma parcela muito significativa do turismo intra-africano ainda enfrenta barreiras operacionais, regulatórias, logísticas, "sem esquecer os constrangimentos gerados pela instabilidade política em alguns países".
"É precisamente diante deste contexto que o transporte aéreo precisa de ser visto não como um custo, mas como um investimento estratégico para os Estados africanos", defendeu.
O governante afirmou ser imperativo que o continente africano avance com políticas integradas que promovam a liberalização do espaço aéreo no espírito do Mercado Único Africano de Transporte Aéreo e da Decisão de Yamusukro.
Carreira defendeu também o fortalecimento das infra-estruturas aeroportuárias, com foco na eficiência, segurança e sustentabilidade ambiental, e a cooperação regional, envolvendo operadores aéreos, autoridades turísticas e parceiros internacionais, "com o objectivo de criar um ecossistema mais resiliente, acessível e inovador".
A formação de quadros técnicos, a digitalização dos serviços aeroportuários e o estímulo de investimentos privados e parcerias público-privadas constituem igualmente, na perspectiva do secretário de Estado, eixos fundamentais para viabilizar projectos de longo prazo e alinhar o sector aéreo africano com os padrões globais.
"O turismo e o transporte aéreo não são sectores isolados. Eles são eixos transversais que conectam saúde, educação, cultura, comércio e diplomacia", concluiu.
Esta conferência ministerial que decorre na capital, entre 22 e 24 de Julho, sob os auspícios da ONU Turismo e a ICAO, congrega líderes governamentais do continente africano, operadores do sector aéreo e turístico e empresários.