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Angola prepara exposição de café no Qatar com quem quer estabelecer uma parceria empresarial

O país participa na Expo Horticultural de Doha 2023, onde pretende mostrar produtos agrícolas nacionais de uma maneira mais intensa, com a promoção de uma semana específica para apresentar o café, bem como outros produtos. Segundo António Ramos da Cruz, embaixador angolano no Qatar, Angola tem na sua mira o estabelecimento de uma parceria empresarial com o Qatar.

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De acordo com o diplomata – que falava em Doha, esta Quinta-feira, a propósito da presença de Angola na Expo Horticultural de Doha 2023 –, o país quer "estabelecer uma parceria empresarial com o Qatar, assente numa relação económica forte, para alavancar a economia nacional".

Citado num comunicado do Governo, a que o VerAngola teve acesso, António Ramos da Cruz informou que o aumento da cooperação bilateral vai ser "formalizado, proximamente, com a assinatura de um acordo entre a Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA) e a sua congénere do Qatar".

Disse igualmente que o Executivo se encontra "fortemente" engajado na promoção e captação de investimento, assim como no estabelecimento de parcerias que contribuam para o alavancar da diversificação da economia do país, "pelo que a embaixada tem trabalhado para convencer o Qatar sobre as potencialidades e oportunidades de negócios que Angola oferece".

O embaixador referiu ainda que se sente "confortável com o lançamento da cooperação económica com o Qatar, porque conta com o suporte, do ponto de vista diplomático, do Presidente da República, João Lourenço, que lidera a acção para a promoção do processo de diversificação da economia do país", lê-se no comunicado.

Considerou também que a oferta "irá atrair" os empresários do Qatar. "A nossa capacidade é grande. Pensamos que a nossa oferta irá atrair o empresariado qatari", disse o diplomata, citado no comunicado.

Deixou garantias que o país "protege os empresários e os seus investimentos", conforme o princípio da reciprocidade de vantagens.

"Para Angola, as vantagens são claras e passam pela diversificação da economia e criação de empregos, fundamentalmente para jovens", avançou.

Relativamente à participação na expo, o diplomata referiu que o país tem vindo a fazer bons contactos, bem como se encontra bem representada no certame.

Segundo outro comunicado do Governo, a que o VerAngola teve acesso, na expo – que começou a 2 de Outubro e se estende até Março de 2024 – o país quer "fazer uma demonstração de produtos agrícolas angolanos de uma forma mais intensa, com a promoção de uma semana específica para a apresentação do café e outros produtos".

O embaixador angolano no Qatar acredita que no fim do certame o "balanço será positivo", afirmando existir "muito interesse" da classe empresarial internacional em conhecer o país.

Considerando as dificuldades financeiras de Angola, o diplomata "defendeu a criação de representantes itinerantes para cada área", podendo a sua substituição acontecer, por exemplo, após meio ano de actividade.

Também defendeu a criação de uma só Câmara de Comércio para o Golfo Pérsico, tendo em conta as características comuns dos países da região. "Ao invés de estarmos em todos os países, a câmara representaria e ajudaria a divulgar a diversificação da economia angolana da melhor maneira e teríamos a situação mais facilitada, porque um negócio feito no Kuwait ou na Arábia Saudita seria do conhecimento directo dos membros do Conselho de Negócios, representado por vários grupos empresariais com negócios no Qatar", indicou.

Dirigindo-se aos empresários de Angola, o diplomata lançou o alerta de "não esperarem da cooperação com o Qatar, única e simplesmente, uma forma fácil de obtenção de linhas de crédito e financiamento aberto para os seus negócios, pois, embora os qataris tenham muitas possibilidades de projectar investimentos estruturantes, em parceria com Angola, tem de haver alguma dedicação e preparação", lê-se na nota.

Acrescentou ainda que não se precisa apenas de dinheiro, mas também do "domínio de algumas práticas do doing business que o Qatar" possui.

"Não precisamos somente de dinheiro, mas também do domínio de algumas práticas do doing business que o Qatar tem, para os empresários angolanos ganharem parcerias, com vista a avançarmos rapidamente com a diversificação da economia nacional", referiu, citado no comunicado.

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