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Especialista aplaude decisão de Angola contrariar metas de produção de petróleo da OPEP

O especialista em petróleo José Oliveira apoiou a posição de Angola em rejeitar a quota de produção atribuída pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que estabelece cortes na produção petrolífera para o país.

: Facebook Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás Angola
Facebook Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás Angola  

"Angola tem razão em contestar, sobretudo pela forma como a OPEP determinou as quotas a três países africanos (Angola, República Democrática do Congo e Nigéria) de forma diferente", disse na Sexta-feira o especialista à Lusa, referindo que Angola marcou a sua posição e deve se manter no cartel.

José Oliveira afirma existir "grandes diferenças" na forma como os referidos países africanos foram tratados, recordando que à República Democrática do Congo foi permitido manter a produção actual em 2024 e à Nigéria, "estranhamente, lhe foi autorizada a produção de 1.500 mil barris por dia no próximo ano".

"Portanto, num momento crítico dá-se à Nigéria 300 mil barris a mais de capacidade de produção, o que é incorrecto e a Angola pretende-se tirar", frisou.

"Angola tem razão em reagir desta forma, particularmente pela forma como a sua quota foi estabelecida", insistiu.

Para o especialista e investigador no Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, a OPEP teve um olhar diferenciado para os países africanos, comparando com os países do Golfo "que fizeram todos eles oferta de redução de 5 por cento a 6 por cento mais ou menos".

O governador de Angola na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) disse que Luanda rejeitou a quota atribuída pelo cartel, que previa uma redução, e vai manter a meta de 1.180 mil barris por dia para 2024.

Em declarações à Lusa, no final da 36.ª reunião ministerial desta organização de 23 países, em que foram deliberadas as quotas de produção para os seus membros a partir de 1 de Janeiro de 2024, Estevão Pedro disse que "Angola não concorda" com a decisão.

"Nós já tínhamos apresentado os nossos dados, tendo em conta as capacidades do país, mas, entretanto, a decisão (da OPEP+) foi contra o montante que nós prevíamos", sublinhou.

A OPEP+ apresentou uma meta de 1.110 mil barris/dia, enquanto Angola quer produzir mais 70 mil barris.

Segundo o responsável, durante a reunião, Angola reafirmou a sua posição, mas ao contrário da unanimidade que tem sido habitual, a OPEP decidiu uma quota na qual Angola não se revê.

Quanto à posição de Angola na OPEP, na sequência da sua contestação, José Oliveira afirmou que é um membro que protestou, considerando que uma eventual possibilidade de saída do país na organização seria um "erro político".

"Para mim pensar-se nisso (saída da organização) é um erro político, não tem de se pensar em sair, não concordou, discordou, comunicou, tem argumento e fica quieta", defendeu.

"Como não vai ficar, na prática, afectada, porque a média do ano que vem não vai ser superior a 1.100 mil barris por dia, em princípio, marcou a sua posição, isto vai ser útil se calhar em posições futuras. Essa hipótese de sair é para esquecer, seria um erro político", rematou José Oliveira.

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