Segundo uma nota dos serviços de imprensa do Palácio Presidencial, no encontro de alto nível, à margem da cimeira Estados Unidos-África, proposto pelo Presidente, João Lourenço, foi feita uma avaliação do nível de implementação do Roteiro de Luanda sobre a situação de instabilidade no Leste da RDCongo.
"Os chefes de Estado lamentaram os massacres de populações civis ainda não esclarecidos e ressaltaram o papel do Mecanismo de Verificação 'ad-hoc' para efeitos de esclarecimento dos factos", sublinha-se na mesma nota.
O próximo encontro terá lugar em Janeiro, em data a anunciar, em Bujumbura, capital do Burundi.
As relações entre a República Democrática do Congo e Ruanda estão em crise desde a chegada em massa ao leste da RDCongo de hutus ruandeses acusados de massacrar tutsis durante o genocídio ruandês de 1994.
Kinshasa acusa Kigali de apoiar o M23, enquanto o Ruanda afirma que a RDCongo apoia as Forças Democráticas para o Libertação de Ruanda (FDLR).
O M23 foi criado em 2012, quando soldados congoleses se revoltaram devido à perda de poder do seu líder, Bosco Ntaganda, acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes de guerra; denunciando ainda várias violações do acordo de paz de 23 de Março de 2009, que dá o nome ao movimento.
O M23 é acusado desde Novembro de 2021 de realizar ataques contra posições do Exército no Kivu do Norte, apesar das autoridades congolesas e do M23 terem assinado um acordo de paz em Dezembro de 2013, após os combates registados desde 2012 com o Exército, que contou com o apoio de tropas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Especialistas da ONU acusaram Uganda e Ruanda de apoiar os rebeldes, embora ambos os países o neguem.