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Carlos Rosado de Carvalho diz que valor do kwanza vai determinar tendência dos preços dos produtos

O economista Carlos Rosado de Carvalho defendeu que o valor do kwanza vai determinar a tendência dos preços dos produtos nos próximos meses no país, perspectivando a aceleração da inflação mensal e queda da inflação homóloga.

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“Normalmente, em Dezembro, a inflação é sempre superior ao resto do ano, há sempre uma pressão adicional nos preços. Agora, esta tendência, se continuar, é em parte devido à desvalorização do kwanza. Se o kwanza continuar a desvalorizar, é natural que os preços aumentem”, afirmou o economista à Lusa.

Comentando o Índice de Preços do Consumidor Nacional (IPCN) referente a Novembro, que desceu para 15,24 por cento em termos homólogos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, Rosado acredita que deve manter a tendência de descida até Abril ou Maio de 2023, enquanto a inflação mensal, embora ténue, deve continuar a aumentar”.

“Nota-se que a descida da inflação mensal teve ali uma resistência em torno dos 0,75 por cento ao mês e a partir daí começou a subir, em Novembro foi de 0,82 por cento”, realçou.

Sobre a tendência do aumento dos preços dos principais bens de consumo em Angola, o economista recordou que o valor do kwanza é determinante, já que a desvalorização da moeda angolana se reflecte no aumento dos preços de produtos importados.

“Por isso, acho que o que vai determinar os preços nos próximos meses é o valor do kwanza. Se o kwanza continuar a desvalorizar é natural que haja uma aceleração da inflação, mas da inflação mensal, a homóloga deve continuar a cair”, notou.

O Índice de Preços no Consumidor Nacional desceu, em Novembro, para 15,24 por cento, em termos homólogos, o valor mais baixo em quase sete anos, segundo dados do INE analisados pela Lusa.

A última vez em que a inflação homóloga ficou abaixo dos 16 por cento foi em Janeiro de 2016, altura em que se fixou nos 15,20 por cento.

Os 15,24 por cento representam um decréscimo de 11,74 pontos percentuais em relação à inflação observada em igual período do ano anterior e uma desaceleração de 1,44 pontos percentuais relativamente à variação homóloga do mês anterior.

Na província de Luanda, a descida foi ainda mais significativa, atingindo os 14,6 por cento em termos homólogos, o registo mais baixo desde Dezembro de 2015 (14,3 por cento) e um decréscimo de 15,82 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior.

Em termos mensais, o IPCN registou uma variação de 0,82 por cento entre Outubro e Novembro de 2022.

Na semana passada, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, antecipava já que Angola ia acabar o ano com uma taxa de inflação inferior a 16 por cento, prevendo para 2023 maior estabilidade de preços na economia.

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