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Economia

Investimento estrangeiro em Angola: um terço é originário de offshores

De um total de 1587 milhões de dólares investidos por estrangeiros em Angola - em sectores não petrolíferos - 527 milhões têm origem em paraísos fiscais.

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Ilhas Maurícias, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong, Suíça, Líbano e Singapura representam um terço do investimento estrangeiro no país com origem em offshores.

Os valores são avançados pelo Expansão, que se baseou em relatórios do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a Balança de Pagamentos e Posição do Investimento Internacional de Angola. Só a partir de 2018 constou dos documentos a origem do investimento.

Assim, desde esse ano, sabe-se que os Emirados Árabes Unidos são a principal origem do investimento estrangeiro em Angola, em sectores que excluem o petrolífero, com um total de 312,4 milhões de dólares investidos no país. 

Das Ilhas Maurícias chegaram 124,6 milhões de dólares, de Hong King 55,3 milhões, da Suíça 17,5 milhões, do Líbano 16,2 milhões e de Singapura um milhão.

No sentido inverso, é também nestes paraísos fiscais que a maior parte dos angolanos concentra os seus investimentos. É avançado que no segundo trimestre deste ano, 82 por cento dos investimentos de residentes em Angola (nacionais ou estrangeiros) estariam em Singapura (1,071 milhões de dólares), Maurícias (830,5 milhões) e Ilha de Man (197 milhões).

"Esses lugares permitem aos investidores ocultarem a sua identidade, daí que a nível internacional tem sido feito um esforço no sentido de se acabar com esses paraísos fiscais e/ou limitar o acesso, já que a existência desses lugares tem permitido que quem tenha adquirido riqueza de forma ilícita possa reciclar e reinvestir depois de uma forma lícita. Acredito que o regulador (no caso o BNA) deveria olhar melhor para esta situação, afinal a saída desses valores (em forma de "investimento") é comunicada e muitas vezes carece de autorização do regulador”, considera Fernandes Wanda, investigador da Universidade Agostinho Neto, ao Expansão.

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