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Defesa

Empresa espanhola terá subornado Tribunal de Contas de Angola com mais de dois milhões de dólares

Anteriormente já tinha sido revelado que a empresa tinha pagado cerca de 20 milhões de dólares em subornos a várias empresas angolanas para que o contrato de 533 milhões de dólares - destinado à construção de um mercado de abastecimento em Luanda - se mantivesse. Nestas menções, o nome Tribunal de Contas já tinha aparecido, no entanto, esta é a primeira vez que se conhecem os contornos em torno das luvas pagas pela empresa espanhola.

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A empresa espanhola Mercasa terá subornado o Tribunal de Contas de Angola com mais de dois milhões de dólares. A denuncia foi feita pelo jornal espanhol OKDiario, que cita documentos resultantes de investigações oficiais.

De acordo com o diário, a Mercasa terá pagado "dois milhões e cinquenta mil dólares a membros do Tribunal de Contas em Angola com o fim de encerrarem as investigações por corrupção".

O jornal explica que, o na altura director do consórcio do país, Armando Andrade, contactou a Mercasa para dizer que a cobrança dos 533 milhões de dólares do contrato estava atrasada devido a uma investigação aberta pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação em causa visava analisar a ocorrência de possíveis desvios de fundos e corrupção de governantes que estavam envolvidos no contrato. Armando Andrade terá ainda dito à empresa espanhola que a culpa dos atrasos era de Guilherme Taveira Pinto, afirmando que este tinha desviado 17,5 milhões de dólares para as suas sociedades. A acusação não foi bem recebida por parte de Taveira Pinto e Armando Andrade acabou por ser "despedido por denuncias as manobras de Taveira".

Para resolver o impasse, foram pagos mais subornos a funcionários "através de sociedades distintas criadas por Taveira, que mantinha excelentes relações com vários ministros do governo de Eduardo dos Santos", escreve o jornal, acrescentando que os em 2016 Taveira Pinto enviou um e-mail à Mercasa a dar conta das "comissões ilegais" que deviam ser pagas para que o pagamentos fossem desbloqueados.

"Os pagamentos foram efectuados através da transferência a favor da Soter (uma das sociedades de Taveira) que estavam destinados, segundo outros documentos, a pagar ilicitamente ao Tribunal de Contas", completa o OKDiario.

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