"Devido às constantes pressões sobre a economia de Angola, por causa do preço baixo do petróleo, que é a maior fonte de receitas e de exportações, os objectivos de crescimento e de défice orçamental são altamente ambiciosos", escrevem os analistas da revista britânica.
Num comentário ao Orçamento para 2018, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da Economist duvidam das previsões de crescimento económico de 6,1 por cento no sector petrolífero e 4,4 por cento no sector não petrolífero, além de um défice de 2,9 por cento, que representa uma recuperação face aos 5,3 por cento antecipados para este ano.
"A EIU é substancialmente mais pessimista, estimando um défice de 7 por cento este ano", escrevem os analistas, lembrando que "a economia estagnou em 2016 e deverá crescer entre 2,4 e 3 por cento entre 2018 e 2022".
Para esta unidade de análise económica, a saída de José Eduardo dos Santos e a entrada de João Lourenço na Presidência, bem como "as inesperadas iniciativas destinadas a aplacar a corrupção e melhorar o ambiente de negócios", são positivas para a economia.
"No entanto, vai ser preciso mais que optimismo e novas pessoas para ultrapassar os desafios económicos de Angola", dizem, apontando que um dos "temas imediatos" é a moeda nacional e a limitação de moeda estrangeira, que condiciona "a capacidade das companhias angolanas pagarem aos fornecedores".
As contas do Estado para 2018 prevêem um défice de 697,4 mil milhões de kwanzas, equivalente a 2,9 por cento do PIB, traduzindo-se no quinto ano consecutivo de 'buraco' nas contas nacionais.