O presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), Álvaro Fernão, fez este anúncio no final da segunda reunião da Comissão Interministerial do Propriv, detalhando que o período de oferta está previsto entre a primeira e a última semana de Setembro.
“Estaremos todos convidados a investir, a comprar acções do BFA já agora em Setembro”, referiu o responsável, sublinhando que este banco vai ter “a maior oferta em bolsa desde a criação da bolsa de valores angolana”.
Em 2024, o Estado oficializou a privatização de 15 por cento da sua participação, maioritária, no Banco Fomento Angola (BFA), através de uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) na bolsa nacional, segundo um despacho presidencial.
Álvaro Fernão salientou que será “uma oferta grande”, contando que isso eleva a possibilidade de participação na compra deste ativo de investidores institucionais e particulares.
“Estamos à espera de uma grande operação, é a maior que já tivemos e vamos ver que em fim de setembro poderemos dizer quanto é que nós conseguimos arrecadar”, sublinhou, realçando que vai ser privatizado quase 30 por cento do capital social do BFA, sendo 15 por cento da UNITEL e cerca de 14,6 por cento do BPI.
O Estado detém, indirectamente, 51,9 por cento das acções do BFA, através da operadora de telecomunicações UNITEL, e o restante 48,1 por cento do capital do banco pertence ao grupo português BPI, que já tentou anteriormente reduzir a sua participação neste banco angolano.
O presidente do IGAPE disse que na reunião foram analisados os resultados do primeiro semestre deste ano, o que se perspetiva até 2026 e a estratégia de mitigação sobre os incumprimentos operacionais e financeiros, para “dar mais alívio às empresas e poder garantir o normal funcionamento delas”.
De acordo com Álvaro Fernão, foram alcançados os objectivos no primeiro semestre do ano em curso, com a privatização de quatro grandes activos, nomeadamente a fábrica de cimento CIF, por 180 mil milhões de kwanzas, da unidade de montagem de automóveis na Zona Económica Especial, bem como da cervejeira.
“São três grandes ativos, mais um supermercado, no Zamba III, que perfazem um valor de cerca de 200 mil milhões de kwanzas”, sublinhou Álvaro Fernão, destacando que alguns desses activos estão ainda em período de arranque, como a fábrica de automóveis, com previsão para Novembro deste ano.
Relativamente aos incumprimentos, o presidente do IGAPE disse que a estratégia de mitigação “visa melhorar a relação com os adjudicatários, fazer compensações, negociações de prazos e garantir uma almofada operacional e financeira” para os mesmos.
“As causas dos incumprimentos são de ordem financeira, muita delas, contratuais também, portanto, nós temos que dar folga em negociação de prazos, temos que renegociar alguns termos e garantir sobretudo o funcionamento dessas unidades que devem estar ao serviço da economia”, enfatizou.