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Oposição atribui crise económica a erros acumulados de anos de gestão danosa

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) disse que a crise económica que o país vive é "resultado dos erros acumulados da gestão danosa dos recursos públicos ao longo dos anos".

Rede Angola:

Isaías Samakuva falava em Luanda, numa resposta à mensagem sobre o estado da nação realizado na Segunda-feira pelo Presidente da República na Assembleia Nacional, na abertura do novo ano legislativo angolano.

Segundo Isaías Samakuva, na última legislatura ficou "claro para todos" que a crise económica e financeira, que o país enfrenta desde finais de 2014, "não vem da guerra, nem da baixa do preço do petróleo". O político frisou que continuam a subir os preços, a dívida pública, a corrupção, a repressão e a insegurança, mas não sobem os salários.

No habitual discurso anual, José Eduardo dos Santos abordou o momento de crise do petróleo, mas relativizando os seus efeitos: "Angola está a lidar com a crise melhor do que outros países. Exemplo disso são a baixa progressiva dos preços dos bens essenciais, da inflação e a taxa de juros, a recuperação da actividade das empresas e dos níveis do emprego". José Eduardo dos Santos disse ainda que "a economia não estagnou, apenas perdeu a pujança com que se vinha desenvolvendo, por causa da crise actual".

"Quem afirmar que os rendimentos ou poder de compra dos trabalhadores angolanos estão a subir não conhece a realidade do sofrimento das famílias angolanas", referiu. Para Isaías Samakuva, o discurso proferido pelo chefe de Estado revelou que o mesmo não é "conhecedor da situação do país que governa".

Sobre o processo eleitoral para 2017, que o Presidente pediu "lisura e transparência "para que estas "correspondam de facto à real vontade dos eleitores", o líder do maior partido da oposição angolana defendeu a necessidade de que o "Estado paralelo" não se imiscua nesse acto.

"Para o registo eleitoral em curso, bem como as eleições gerais, que vamos preparar, se pautem pela lisura e transparência, é necessário que o Chefe de Estado e Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, respectivamente, ordene ao titular do poder executivo e à Casa Militar do Presidente da República para deixarem de interferir no exercício das competências constitucionais da Comissão Nacional Eleitoral", criticou.

Acrescentou que "é necessário que o Estado paralelo deixe de organizar processos eleitorais viciados com resultados predefinidos com o propósito de subverter a vontade popular e os fundamentos da República de Angola só para assegurar a supremacia e hegemonia de um partido-Estado por décadas".

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