De acordo com informação da diplomacia angolana prestada esta Terça-feira à Lusa, além do ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, também se faz presente na delegação o embaixador Joaquim do Espírito Santo, director daquele ministério para África.
O "diálogo nacional" na RDCongo, em que não participou a oposição, deu na Segunda-feira "luz verde" ao acordo para adiar as eleições presidenciais naquele país para Abril de 2018.
O acordo, aprovado em sessão plenária em Kinshasa, pretende manter no cargo o Presidente do país, Joseph Kabila, cujo mandato termina em Dezembro e que a Constituição proíbe de se recandidatar.
"As presidenciais vão realizar-se a 29 de Abril de 2018 e a transferência entre o Presidente cessante para o Presidente eleito decorrerá a 9 de Maio", disse o porta-voz do "diálogo nacional".
A RDCongo vive há várias semanas momentos de instabilidade e protestos da parte da população e oposição.
Angola, cujo Governo de José Eduardo dos Santos é um aliado histórico de Joseph Kabila, partilha uma fronteira de dois mil quilómetros com a RDCongo e chegou a retirar de Kinshasa a sua representação diplomática, devido à instabilidade e conflitos na capital congolesa.
O ex-primeiro-ministro do Togo Edem Kodjo, que mediou as negociações, confirmou a realização do acordo entre todos os envolvidos no "diálogo nacional".
O acordo prevê a criação de um novo Governo, com o posto de primeiro-ministro a ser entregue a uma pessoa da oposição, mas é, contudo, bastante frágil, porque o principal grupo da oposição boicotou as negociações.
As eleições presidenciais deveriam realizar-se em Dezembro, mas tanto o Governo, como a Comissão Eleitoral defendem um adiamento do escrutínio, porque os cadernos eleitorais estão desactualizados, o que gerou críticas entre a oposição.