"Os países enfrentam hoje, por conta da conjuntura mundial, grandes desafios económicos e financeiros. (...) É nesse cenário que Angola e Brasil terão de projectar acções criativas para continuar a desenvolver as relações entre os países", afirmou Chikoti, na abertura do seminário "40 Anos do Reconhecimento da Independência de Angola pelo Brasil". O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em Novembro de 1975.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou no seminário e, em seguida, os governantes tiveram uma reunião de trabalho bilateral. "O reconhecimento do Brasil dignificou a luta armada do povo angolano e reacendeu a chama da esperança", disse Chikoti, realçando que o ato "livre e autónomo" da política externa brasileira demonstrou o seu apoio ao processo de descolonização de antigas colónias portuguesas.
O governante angolano realçou que, em alguns períodos, "a situação interna dos países gerou incertezas desnecessárias" em suas relações, e relembrou o aumento das trocas comerciais e o auxílio dado pelo Brasil para a reconstrução angolana nos anos 1990, e o aprofundamento das relações a partir dos anos 2000, "sustentado pela vontade política dos chefes de Estado".
O ministro brasileiro, no seu discurso, afirmou que os dois países estão unidos por "laços históricos e culturais" e relembrou a presença de cidadãos e empresários brasileiros em Angola, além da realização de projectos de cooperação em diferentes áreas, como a educação e a segurança.
"O dia 11 de Novembro de 1975 tem inegável valor para Angola, e também para o Brasil, o primeiro país a reconhecer a sua independência", disse Mauro Vieira. Um livro com uma selecção dos documentos diplomáticos brasileiros sobre o reconhecimento da independência de Angola será lançado para divulgar detalhes do processo de decisão, de acordo com Mauro Vieira, e para ampliar a visão sobre a política externa do país para a África.
O comércio bilateral entre os países cresceu mais de 80 por cento entre 2006 e 2014, e alcançou no ano passado 2.370 milhões e dólares.