Manuel Tiago falava após a reunião do Comité de política Monetária – a última deste ano – e considerou que a evolução dos preços e o desempenho da actividade económica permitem antever uma preservação do valor do kwanza.
"Olhando para aquilo que tem sido o desempenho da actividade económica nacional, que nos permite perspectivar uma taxa de crescimento à volta de 4 por cento no ano de 2024 e também a desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia, tudo isso haverá de contribuir naturalmente para uma maior, ou pelo menos para uma preservação do valor da moeda nacional".
Salientou ainda que, comparativamente ao ano passado, em que a depreciação da moeda nacional ficou muito próxima de 40 por cento, em 2024 a depreciação foi de apenas 9 por cento.
"Nós pensamos que a estabilidade relativa, que a taxa de câmbio regista até ao momento, há de continuar até ao final do ano. E a partir daí nós poderemos melhor perspectivar aquilo que haverá de acontecer no próximo ano de 2025", indicou.
O governador do BNA recordou que a missão do Banco Nacional de Angola tem a ver com a estabilidade dos preços na economia, com vista à estabilidade da moeda nacional, sublinhando que a estabilidade dos preços só será possível através do aumento substancial da produção de bens e serviços, principalmente daqueles que forem excedentes e puderem ser exportados para se assistir à entrada de divisas no país.
"Quando houver equilíbrio entre aquilo que nós exportamos e aquilo que nós importamos, aí sim nós teremos uma estabilidade da moeda nacional decorrente dos fundamentos da própria economia", frisou Manuel Tiago.
Questionado sobre a entrada de Angola na lista cinzenta do GAFI (Grupo de Acção Financeira Internacional), salientou que foi reconhecido o esforço levado a cabo pelas autoridades angolanas, que conseguiram resolver a maioria das deficiências identificadas, ficando apenas 17 por resolver que serão alvo de um plano de acção.
Referiu, por outro lado, que o sector bancário nacional teve um desempenho acima da média de outros sectores e que a nível do sistema financeiro nacional, as atenções estão viradas essencialmente para as instituições financeiras não bancárias, que vão ser acompanhadas pelos supervisores, acrescentando que as relações entre os bancos angolanos e os seus homólogos estrangeiros vão manter-se iguais.