"(Vamos) ver que oportunidades há na praça japonesa e outras que se afigurem interessantes do ponto de vista do rácio custo-benefício", disse Vera Daves de Sousa, que falava na Quinta-feira em conferência de imprensa depois da entrega da proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025.
A proposta de OGE 2025 prevê receitas e despesas de 34,63 biliões de kwanzas, com um preço de referência de 70 dólares por barril, estimando uma produção petrolífera de 1,098 milhões de barris/dia.
Segundo Vera Daves de Sousa, para o próximo exercício económico o país perspectiva a busca de fontes de financiamento o "mais baratas possíveis e com maturidades mais longas possíveis" e com período de carência.
Vera Daves frisou que interessam sobretudo os financiamentos multilaterais, bilaterais "com uma agência de cobertura de crédito à exportação, com uma garantia de uma multilateral para ajudar a tornar o custo mais baixo".
Em 2025, Vera Daves de Sousa disse que vai continuar a remoção aos subsídios dos combustíveis, com o Governo a trabalhar para as medidas de mitigação.
A governante salientou que relativamente à questão do desemprego, a proposta de OGE para 2025 prevê uma capitalização adicional para o Fundo Nacional de Emprego, em mais de 21 mil milhões de kwanzas, além de 382 mil milhões de kwanzas, para capitalizar instituições financeiras públicas permitindo a cedência de mais crédito à agricultura familiar.
A titular da pasta das Finanças realçou que para os investimentos no Corredor do Lobito, ligação ferroviária que liga Angola aos países vizinhos, República Democrática do Congo e Zâmbia, o Governo vai continuar em 2025 a engajar fundamentalmente o sector privado.
"A dada altura, o Estado vai também ter que assumir as suas responsabilidades, mas todas as novas iniciativas que puderem ser levadas a cabo, com maior engajamento do sector privado serão bem-vindas", frisou.
"Estamos a capitalizar o facto de existir muito apetite das instituições financeiras internacionais, até daquelas que fornecem garantias, em ceder fundos, em garantir operação", acrescentou.
A ministra destacou que, este ano, Angola se endividou menos do que antevia, porque o custo financeiro é demasiado alto, mas o país tem a expectativa que as condições financeiras vão ser melhores, conseguindo nos mercados externos captar financiamento em melhores condições.
Por sua vez, o ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, disse que o Governo tem consciência que o nível de crescimento actual é muito reduzido face à previsão do crescimento da população.
Para 2025, o Governo prevê uma taxa de crescimento de 4,1 por cento, disse Victor Hugo Guilherme, salientando que o ideal seria uma paridade entre a taxa de crescimento da população ao crescimento do Produto Interno Bruto, o que não acontece actualmente.
Relativamente à taxa de inflação, o ministro do Planeamento salientou que a previsão média para o período é de cerca de 26.9 por cento e para 2025 19.3 por cento.
"Mas mesmo assim ainda estamos em níveis bastante altos, pensamos que, com outras medidas, sobretudo as medidas de estímulo à economia podemos fazer com que a produção possa aumentar e os preços possam baixar", vincou.