Ver Angola

Sociedade

UNESCO aponta cultura e diálogo como passos para se promover a paz mundial

O director-geral adjunto da UNESCO disse esta Quarta-feira, em Luanda, que a cultura e o diálogo são necessários para promover a paz, porque os acontecimentos internacionais mostram que o mundo ainda não foi capaz de acabar com a guerra.

: Facebook Presidência da República - Angola
Facebook Presidência da República - Angola  

Xing Qu, que discursou na cerimónia de abertura da 3.ª edição do Fórum Pan-africano para uma Cultura de Paz e Não-Violência – Bienal de Luanda, disse que nos esforços contínuos da UNESCO para construir a paz em África e não só, Angola é um país que conta, dada a sua história e a sua experiência.

Segundo o director-adjunto da UNESCO, Angola, devastada por trinta anos de guerra civil, pode agora falar dos benefícios de um regresso à paz, com base na sua forte tradição de abertura a outras culturas e religiões.

"Ao organizar esta nova edição da Bienal de Luanda, com a União Africana e a UNESCO, Angola está a reconciliar-se com o seu passado e o seu presente. Felicito os seus organizadores, em especial Sua Excelência o Presidente de Angola, por nos indicar o caminho para uma cultura de paz. Nesta tarefa nobre e necessária, podem contar com o total apoio da UNESCO", sublinhou.

O responsável destacou que África é uma das prioridades globais da UNESCO, juntamente com a igualdade de género, expressando o profundo empenho em construir a paz neste continente, através da educação, realizando programas de prevenção do extremismo violento em toda a África.

Na sua intervenção, o presidente da comissão da União Africana (UA), Moussa Mahmat, referiu que África é confrontada com os desafios de segurança, de combate ao terrorismo, ao extremismo violento, por isso deve voltar aos seus valores iniciais, a educação.

"Não é por acaso que o Boko haram e a Al-Shabaab se opõem à escola, porque essas organizações sabem que para terminar com as suas acções basta educar os jovens, por isso a UA elaborou uma estratégia de educação 2017-2025", referiu.

Moussa Mahmat frisou que Angola sofreu com a guerra e construiu a paz, por isso o Presidente João Lourenço foi designado pelos seus pares como Campeão da União Africana para a Paz e a Reconciliação em África.

Também o Presidente João Lourenço, no seu discurso de abertura, manifestou preocupação com o actual panorama internacional desolador, em resultado da guerra entre Israel e o Hamas, e a que opõe a Rússia à Ucrânia.

Segundo João Lourenço, ambas, no seu conjunto ou mesmo isoladamente, constituem uma séria e inequívoca ameaça à segurança internacional e à paz mundial, com todas as consequências que daí derivam na sua dimensão humana, social, económica e política.

"Em virtude destes problemas, ocorre-nos extrair a conclusão de que se impõe, com a máxima urgência, a necessidade de se aperfeiçoarem os mecanismos da governança mundial, de modo a reforçar-se a sua capacidade de prevenção e intervenção e não permitir que as tensões políticas degenerem em confrontação armada de grandes proporções", disse.

O chefe de Estado falou também da "tragédia humana que se observa em Gaza, perante uma espécie de impotência da comunidade internacional, que se tem revelado incapaz de agir com firmeza e determinação para parar com a mutilação e morte de milhares de seres humanos indefesos e inocentes naquela parte do Médio Oriente".

"Este conflito só tem uma solução possível que assenta necessariamente na criação do Estado palestino, ao abrigo das várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a matéria", apontou.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.