O Fundo Nacional de Investigação (FNI) de Moçambique, a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundecit) de Angola e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) de Portugal sublinharam a necessidade de uma maior cooperação, durante um seminário subordinado ao tema "Financiamento de ciência e tecnologia para benefício das comunidades" em Maputo.
"Consideramos que as comunidades académica e científica de Angola, Moçambique e Portugal devem estreitar ainda mais os seus mecanismos de interacção e coordenação interinstitucional visando maior colaboração e harmonização de boas práticas", disse Lúcia Silva, directora nacional adjunta de Ciência e Tecnologia de Moçambique.
Silva afirmou que a cooperação tem de incidir na produção de soluções científicas úteis à realidade e aos desafios de cada um dos países.
"A produção científica deve estar ao serviço da sociedade" e "este princípio deve sempre orientar as práticas e as políticas de desenvolvimento científico e tecnológico dos países", acrescentou.
Rosa Maurício, directora-geral adjunta da Fundecit, defendeu um avanço da ciência, tecnologia e inovação em prol das comunidades, assinalando a importância da troca de experiências sobre as melhores práticas neste domínio.
"As nossas comunidades são o alicerce da sociedade e o progresso em ciência, tecnologia e inovação desempenha um papel crucial na melhoria das suas condições" de vida, enfatizou Maurício.
Tiago Saborida, chefe da Divisão da Cooperação Internacional da FCT, referiu a importância de a investigação científica ter em consideração as necessidades das comunidades, sustentando que os avanços neste campo têm criado resultados concretos nas áreas sociais e económicas.
"É inquestionável o contributo da ciência para a sociedade, na medida em que possibilita avanços nos campos da saúde, da alimentação, do ambiente, da tecnologia, da energia, entre outros", realçou Saborida.
Desde a sua concepção, prosseguiu, a investigação científica deve ter em conta os benefícios para a sociedade, mas sem se comprometer a autonomia dos investigadores.