A posição foi apresentada esta Quarta-feira pelo porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Marcial Dachala, o qual afirmou acreditar que o encontro entre João Lourenço e Joe Biden venha impulsionar o Corredor do Lobito.
Falando esta Quarta-feira sobre a visita de João Lourenço, que deve ser recebido na Quinta-feira pelo Presidente norte-americano no Salão Oval da Casa Branca, Dachala disse esperar que o encontro estimule o espírito democrático em Angola.
"Acho que todos os democratas angolanos e nós UNITA o que esperamos é que o Presidente da República, que também é o presidente do partido que está no poder, ao regressar dos EUA acresça um pouco mais de convicção democrática em Angola", disse.
O político da UNITA salientou que o Presidente, que embarcou esta Quarta-feira para os EUA, vai visitar um país "que tem a força que tem porque é um país democrático", com 247 anos de independência e com o 46.º Presidente como entidade máxima na condução do país.
As celebrações dos 30 anos das relações diplomáticas entre Luanda e Washington também constituem o mote desta visita, como recordou o porta-voz da UNITA, salientando que o primeiro dirigente angolano recebido na Casa Branca foi o líder fundador do seu partido, Jonas Malheiro Savimbi, a 28 de Janeiro de 1986.
Marcial Dachala, também deputado à Assembleia Nacional, sinalizou igualmente a componente económica desta visita, salientando o anunciado financiamento norte-americano para o Corredor do Lobito, concessão ferroviária que liga Angola, República Democrática do Congo (RDCongo) e a Zâmbia.
"Quanto à substância económica do que se espera desta visita, esta é centrada no Corredor do Lobito para o qual, segundo parece, os EUA querem investir enormes quantidades de dinheiro, portanto é do interesse deles, é do nosso interesse e é também interesse dos nossos vizinhos", frisou.
Dachala lembrou que o Corredor do Lobito "tem a situação estratégica vantajosa de ligar o Índico e o Atlântico, portanto, bem trabalhado nas suas várias dimensões, pode ser sim um dos principais eixos de desenvolvimento" de Angola e dos países vizinhos.
Defendeu também que, "na perspectiva da construção da nação angolana, uma vez que João Lourenço cumpre o seu último mandato e Biden é candidato às eleições de 2024", o chefe de Estado deveria ouvir os seus conselheiros, empresários, dirigentes políticos e académicos, antes de embarcar para os EUA.
"E, como a cereja no topo do bolo, seria bom que a sua comitiva integrasse, por exemplo, deputados de partidos na oposição que têm assento na Assembleia Nacional tal como fez o Presidente brasileiro, Lula da Silva, quando visitou o nosso país", rematou o porta-voz da UNITA.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, em comunicado divulgado esta Quarta-feira, o encontro entre João Lourenço e Joe Biden "constitui um dos pilares para o fortalecimento dos laços político-diplomáticos" entre os dois países.