Durante a conferência 'Adopção Digital: O Desbloqueio para a Modernização', realizada esta Quarta-feira em Luanda, o director da EY afirmou que, face à realidade de Angola, onde cerca de 50 por cento da população é bancarizada e onde é esperado que em 2050 se atinja perto de 73 milhões de habitantes, existe um "forte potencial para o País se aproximar de valores de contas bancárias móveis ao nível dos países mais desenvolvidos da região", o que "contribuirá para o crescimento efectivo do PIB, aumento da receita fiscal e um ambiente de negócios amigo do investimento directo estrangeiro e interno".
No evento, o responsável debateu as opções e desafios da adopção digital nos serviços financeiros e sublinhou ter sido a evolução tecnológica e digital que "pressionou a reformulação do modelo de negócio da banca tradicional".
Segundo João Rueff Tavares, se o desenvolvimento tecnológico e a adopção digital por parte das instituições financeiras têm permitido às pessoas realizarem operações de forma mais prática e concretizarem transacções financeiras com maior celeridade, através do telemóvel, "a verdade é que lançaram também vários desafios aos bancos e aos próprios clientes".
"É importante a adopção de uma política de controlo e gestão sobre as actividades bancárias, para assegurarmos a mitigação de crimes financeiros e a salvaguarda de danos reputacionais", defendeu, salientando ainda ser "crucial promover a segurança de informação para mitigar potenciais ataques cibernéticos".
A conferência sobre Transformação Digital reuniu em Luanda especialistas dos sectores das Telecomunicações, Finanças, Administração Pública e operadores do segmento das TIC, para analisar o quadro actual da adopção digital no País, desde a literacia digital e tecnológica, passando pela inclusão financeira e a cibersegurança.