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País não pode continuar a usar reservas internacionais para importação e deve organizar-se para produzir

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, considerou que o país não pode continuar a recorrer às reservas internacionais para dar resposta às necessidades de importação, defendendo que Angola se deve “organizar para produzir”.

: Ampe Rogério
Ampe Rogério  

Lima Massano referiu igualmente que se se continuar a fazer "o uso das reservas internacionais para atender estes défices", pode-se chegar a um "quadro de grande insegurança a médio e longo prazo".

"Se olharmos para aquilo que estamos a importar, vamos facilmente concluir que o país tem que se organizar para produzir. Produtos que o país tem condições, à partida, para dar uma volta, para sermos consistentes, porque fazermos o uso das reservas internacionais para atender estes défices e segurarmos a moeda nacional, quando a alteração é estrutural, não seríamos consistentes, porque aí a pressão estaria sobre a moeda, mas estaríamos também num quadro de grande insegurança a médio e longo prazo", disse o governante, citado pela Rádio Nacional de Angola (RNA).

"Hoje temos recursos para cuidar e assegurar a solvabilidade externa da nossa economia e temos condição de num cenário de qualquer calamidade em que seja necessário fazer recurso à moeda estrangeira temos reservas internacionais para o efeito. Então não podemos atacar, entre aspas, as reservas internacionais para resolver problemas que não são transitórios, esses problemas têm que ser resolvidos de forma mais estrutural", acrescentou.

O ministro considerou ainda, citado pela RNA, que têm "um parque industrial que, para padrões africanos, é respeitável", havendo assim necessidade de o colocar em funcionamento. "Temos um parque industrial que, para padrões africanos, é respeitável, então temos que pôr a funcionar, ainda que, em alguns casos, matéria-prima seja importada, mas temos que sair rapidamente deste quadro (...)", acrescentando: "Temos de ter essa capacidade de pôr a funcionar esse nosso parque industrial".

Lima Massano anunciou igualmente que se decidiu, pela primeira vez, o estabelecimento de uma linha de crédito para apoiar os produtores comerciais. "Tomamos também a decisão, é a primeira vez que ocorre, de estabelecer uma linha de crédito para apoiarmos os produtores comerciais. Nós falamos aqui muito de agricultura familiar, mas também estamos a contar com agricultura comercial e estamos a contar com a agricultura comercial também para impulsionar agricultura familiar", apontou, citado pela RNA.

Entre outras medidas de estímulo à produção e investimentos, o ministro de Estado apontou algumas alterações no processo de pagamento do IVA: "Para estimular a produção e os investimentos permitimos que o IVA possa ser pago em 24 meses, portanto quem vai trazer o equipamento não tem que pagar o IVA à cabeça, tem 12 meses, se vai arrancar actividade, tem 24".

"Para ajudarmos, também estamos a ultimar uma peça que tem a ver com o código de rendimento de pessoas colectivas. Queremos unificar o imposto industrial, o imposto de aplicação de capitais e o predial, mas todas elas com este propósito de pormos a nossa economia de facto a funcionar", completou, citado pela RNA.

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