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Angola recebe 100 milhões de dólares da concessão do corredor do Lobito

O Governo vai receber 100 milhões de dólares do prémio da assinatura, na Sexta-feira, em Luanda, do contrato de concessão do corredor do Lobito, para os próximos 30 anos.

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O contrato de concessão do corredor do Lobito foi assinado entre o Executivo, através do Ministério dos Transportes, e o consórcio das empresas Trafigura Group, Vecturis, e Mota-Engil, Engenharia e Construção África que nos próximos 30 anos assume a operação, exploração e manutenção do transporte ferroviário de mercadorias, bem como a manutenção de toda a infra-estrutura ao longo do corredor.

"O valor do prémio de assinatura desta concessão é de 100 milhões de dólares, valor em linha com o montante doutras concessões no sector dos transportes em Angola, tendo permitido diferenciar os concorrentes com base na sua capacidade financeira face à dimensão dos activos em causa", refere o documento.

A assinatura aconteceu após vários adiamentos ao longo do dia, para revisão do valor a ser investido pelo consórcio, considerado baixo pelas autoridades angolanas.

"Nós olhamos muito para a questão do valor do investimento a ser feito pelo consórcio privado e chegamos a um acordo, naturalmente foi benéfico para nós porque o valor era mais reduzido, é uma das questões que foi discutida e conseguimos chegar a esse acordo", disse Eugénio Fernandes, director nacional para a Economia das Concessões do Ministério dos Transportes, em conferência de imprensa.

Fernandes referiu que dos 100 milhões de dólares recebidos, 40 por cento vai para a Conta Única do Tesouro e os restantes 60 por cento para algumas actividades e projectos que o Ministério dos Transportes tem em carteira.

Segundo o responsável, foi um bom negócio, porque com o investimento feito pelo consórcio o Estado poderá usar esses recursos para outras actividades, nomeadamente saúde e educação.

"Para nós é um bom investimento sem descurar também que há um prémio de assinatura que o Estado recebe de 100 milhões de dólares, que permitirá também ao Ministério dos Transportes ter este valor para aplicar em outros projectos", reiterou.

Por sua vez, o representante do consórcio, Alexandre Canas frisou que será feito um investimento total de 450 milhões de dólares, dos quais 170 milhões de dólares só em locomotivas e vagões.

"Porque hoje não há vagões suficientes em Angola, para atingir os volumes que nós queremos atingir, as infra-estruturas que vão ser 166 milhões de dólares", avançou.

Para o porta-voz do consórcio, o corredor do Lobito vai criar muitos empregos e "é uma veia que vai encher-se de sangue e muita energia, que vai criar muita vida social à volta deste corredor".

Alexandre Canas realçou que existem cinco corredores em África e é um desafio do consórcio tornar o corredor do Lobito "competitivo para poder atrair a carga para o Lobito, porque hoje a carga vai para os outros corredores".

"E o dia que o corredor do Lobito começar a funcionar, os outros corredores vão também querer ganhar em competitividade e então vai ser uma luta e um trabalho constante", observou.

O responsável disse que é pretensão do Ministério dos Transportes ligar o Caminho de Ferro de Benguela ao Caminho de Ferro de Luanda, estando já em curso o processo de reabilitação do Zenza do Itombe a Cacuso, que são 215 quilómetros do Caminho de Ferro de Luanda, sublinhando a necessidade de melhorias no Caminho de Ferro de Luanda para se efectivar essa interligação.

Com as rendas negociadas, o Estado vai arrecadar, em cada período de 10 anos: 319,4 milhões de dólares até ao 10.º ano, 787,4 milhões de dólares entre o 11.º e o 20.º ano, e 919 milhões de dólares nos últimos 10 anos.

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