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Abel Chivukuvuku diz que autárquicas são ainda uma incógnita

O político Abel Chivukuvuku considerou o processo de implementação das autarquias previsto para 2020, uma incógnita, por não se vislumbrarem até agora sinais de conclusão de nenhuma das tarefas concretas relacionadas com as eleições.

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Abel Chivukuvuku falava na condição de coordenador da Comissão Instaladora do Partido de Renascimento Angolano . Juntos Por Angola Servir Angola (PRA-JA Servir Angola), que reuniu em Luanda, na presença de mais de 700 delegados, para dar início ao processo de reflexão, pensamento e preparação do futuro processo de reestruturação deste projecto político, que aguarda por legalização do Tribunal Constitucional.

Apesar do cepticismo, Abel Chivukuvuku apelou, para 2020, atenção e prontidão dos militantes “para a eventualidade da realização das eleições autárquicas”.

Segundo Abel Chivukuvuku, que até Fevereiro deste ano foi o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), a segunda maior força política da oposição, disse que 2019 vai ficar para a história como o ano do surgimento do PRA-JA Servir Angola.

“Do nosso lado, cumprimos de forma rigorosa e célere com todas as nossas obrigações organizativas e legais. Resta-nos agora aguardar pacientemente, e dentro dos prazos estabelecidos por lei, pela deliberação do Tribunal Constitucional, prometida para ainda este ano”, disse.

Com olhos virados para as eleições gerais, em 2022, o político disse que 2021 é o ano do crescimento para estar à altura da disputa eleitoral.

O coordenador da Comissão Instaladora reiterou a aposta na juventude, que é chamada a pensar na sua participação da construção do partido.

Outra reflexão que solicitou tem a ver com a criação, ou não, de uma organização feminina no partido, defendendo a construção de uma estrutura partidária inclusiva.

Num olhar sobre a situação do país, Abel Chivukuvuku lamentou que, no plano político, não se vislumbre “nenhuma intenção para a realização da reforma constitucional necessária para a descentralização política e da reforma do Estado”.

“A viabilização de Angola exige também uma reforma das mentalidades à altura da ambição do país que queremos construir”, referiu.

Já do ponto de vista económico, o político observou que o país continua em recessão económica, registando-se nos últimos quatro anos uma grande retração da atividade económica, que levou centenas de pequenas e médias empresas angolanas à falência.

Segundo Abel Chivukuvuku, “o Estado é mau pagador”, por isso, essas empresas faliram, por falta de pagamento dos serviços prestados aos órgãos do Estado, que prioriza o pagamento a empresas estrangeiras em detrimento das nacionais.

“O peso da dívida pública interna e externa eleva-se a quase dois terços do Produto Interno Bruto angolano, causando um grande estrangulamento nas finanças públicas. Infelizmente, uma porção não negligenciável dessa dívida, contraída na década passada, ou foi mal aplicada ou simplesmente desviada do erário público”, referiu.

Sobre a situação social, Abel Chivukuvuku disse que, nos últimos três anos, a condição dos cidadãos “piorou”, como resultado da desvalorização do kwanza, o aumento do custo de vida, a redução dos subsídios em produtos essenciais e o aumento do fisco, sendo o último o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

“Por outro lado, e em consequência de todo este quadro, o desemprego juvenil atingiu níveis dramáticos e a criminalidade violenta é hoje uma realidade alarmante”, frisou.

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