A reunião serviu para analisar a situação no Zimbabué, com o processo de destituição de Robert Mugabe, e juntou em Luanda, além do Presidente sul-africano, presidente em exercício da SADC, e do chefe de Estado, João Lourenço, que preside ao órgão para Cooperação Política, Defesa e Segurança da SADC, também o chefe de Estado da Zâmbia, Edgar Lungu.
"Vamos cumprir com a missão que nos foi dada, o Presidente Jacob Zuma e eu, iremos nos deslocar a Harare, amanhã de manhã cedo", disse João Lourenço, no final da reunião desta Terça-feira, que contou ainda com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros da Tanzânia, Augustine Mahiga.
No comunicado final da reunião, lido pela secretária-executiva da SADC, Stergomena Tax, foi destacada a "profunda preocupação" daquele órgão com o "desenrolar da situação política" no Zimbabué.
Mugabe, que está no poder no Zimbabué desde que o país acedeu à independência, em 1980, criou Domingo à noite uma enorme surpresa, ao semear a confusão quando, num discurso ao país, recusou todos os apelos nacionais e internacionais para se demitir da presidência zimbabueana.
Na intervenção na televisão, que ocorreu poucas horas depois de o Comité Central da ZANU-PF, partido no poder, ter anunciado a sua destituição do cargo de líder, Mugabe desdramatizou-a e fez questão de salientar que iria presidir o Congresso do partido no poder, previsto para Dezembro.
A actual crise política no Zimbabué começou quando os militares tomaram o controlo do país na noite do passado dia 14, depois de, na semana anterior, Mugabe, de 93 anos, ter despedido o seu vice-presidente e aliado de longa data, Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, que tinha estreitas ligações com os militares.