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BNA vendeu mais de nove mil milhões em divisas aos bancos entre Janeiro e Setembro

O Banco Nacional de Angola (BNA) disponibilizou 384 milhões de euros em divisas aos bancos comerciais angolanos em Setembro, o valor mensal mais baixo em praticamente 10 anos, de acordo com dados compilados pela Lusa.

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Este valor contrasta com os 1003 milhões de euros de divisas que o banco central injectou só Agosto, mês em que o país realizou eleições gerais, ou com o pico de 1962 milhões de euros vendidos em Março e de 1.938 milhões de euros em Janeiro, ambos máximos de dois anos.

Desde as eleições gerais de 23 de Agosto que a venda de divisas aos bancos comerciais está em queda, tendo diminuído mais de 60 por cento só entre Agosto e Setembro.

É preciso recuar a Julho de 2008, na altura também com o país a ser afectado por uma crise petrolífera internacional, para encontrar valores mensais semelhantes nas vendas de divisas pelo BNA, que foram então de 422,7 milhões de dólares (365 milhões de euros).

Entre Janeiro e Setembro, o BNA vendeu aos bancos comerciais mais de 9070 milhões de euros em divisas, uma média superior a 1000 milhões de euros mensais. Nos 12 meses de 2016, as vendas totais de divisas pelo banco central rondaram os 9.980 milhões de euros, equivalente a uma média mensal de 985 milhões de euros.

Esta forte injecção de divisas que se verificou até às eleições de Agosto levou as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) a renovarem mínimos todos os meses, caindo em Setembro para 15.087 milhões de dólares, metade do valor contabilizado antes da crise, no início de 2014.

Estas reservas são necessárias nomeadamente para garantir divisas para importações de alimentos, maquinaria ou matéria-prima para as indústrias e já perderam, em valor, desde Janeiro, mais de 5.700 milhões de dólares.

O Presidente João Lourenço exonerou já em Outubro o governador do BNA, Valter Filipe, fazendo regressar ao cargo José de Lima Massano, que esteve em funções até Janeiro de 2015. A 16 de Outubro, o chefe de Estado alertou mesmo para a necessidade de as reservas serem "protegidas", mas sem que isso "prejudique" a recuperação económica.

"Vamos encontrar os melhores mecanismos para que as escassas divisas disponíveis deixem de beneficiar apenas a um grupo reduzido de empresas e passem a beneficiar os grandes importadores de bens de consumo e de matérias-primas e de equipamentos que garantam o fomento da produção nacional", enfatizou. "Importa impedir que a venda directa de divisas seja uma forma encapotada de exportação de capitais, sem o correspondente benefício para o país", acrescentou.

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