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Economia

Presidente do BAD afirma que país não tem de gastar dinheiro para diversificar a economia

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento considera que a "absolutamente necessária" diversificação económica em Angola não implica um aumento da despesa pública, mas sim a criação de condições legais que impulsionem o investimento privado.

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"A diversificação económica não depende da despesa pública, depende dos incentivos que se criem para os privados entrarem nos sectores da actividade", disse Akinwumi Adesina, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, no final de uma visita de trabalho à capital portuguesa, esta semana.

"Os privados precisam de poder entrar na economia, e para isso é preciso estabilizar o ambiente macroeconómico e dar incentivos fiscais", acrescentou o banqueiro, quando questionado sobre como pode Angola investir na diversificação económica atravessando uma crise de liquidez.

A questão, vincou o antigo ministro da Agricultura da Nigéria, "não é tanto diversificar ou não, mas sim ter sectores da economia que representem uma percentagem alta das receitas no PIB mas que têm uma produtividade baixa", como é o caso do sector petrolífero em Angola.

"A agricultura, os serviços, a indústria do acolhimento e o turismo têm de ser aumentados em termos de peso no total das receitas do Governo", defendeu Adesina, vincando que "não é o Governo que tem de fazer tudo, tem é de criar as infraestruturas certas e o quadro regulatório adequado para o sector privado poder fazer, e eles assim farão".

"Os países muito dependentes de exportações de uma só matéria-prima, como Angola ou a Nigéria, sofrem desproporcionadamente quando há choques nessa área", reconheceu Adesina.

"O que tende a acontecer é que quando os preços descem aumenta a ideia de diversificar, mas a questão é como fazer avançar essa diversificação económica, e é por isso que são necessárias mudanças estruturais na estabilidade macroeconómica e em investimentos em infraestruturas como a energia, que são absolutamente necessários para proteger os países do impacto dos preços", concluiu o banqueiro na entrevista à Lusa.

Desde o início das actividades do BAD em Angola, em 1980, o banco já aprovou 43 empréstimos no total de dois mil milhões de dólares; as operações em curso incluem nove projectos na área das finanças, que representam mais de metade dos 626 milhões de dólares que o BAD tem actualmente investidos no país.

Os pilares estratégicos de intervenção são o crescimento inclusivo através da transformação do sector agrícola e o apoio ao programa de desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis.

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