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Rappers MCK e Eva RapDiva olham para Angola com esperança

Os rappers angolanos Eva RapDiva e MCK, que actuam esta Sexta-feira e Sábado no festival Mexefest, em Lisboa, consideram que Angola vive um tempo de transformação, de esperança e de maior abertura, com a eleição do presidente João Lourenço.

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“O nosso novo presidente acaba por ser o arquitecto da esperança, do nascer de novo de uma sociedade que já estava meio adormecida e conformada com todo o mal”, considerou Eva RapDiva, de 29 anos, em declarações à agência Lusa.

MCK, 36 anos, um dos rostos da música angolana de intervenção, crítico do ex-presidente José Eduardo dos Santos elogia agora o actual presidente de Angola, João Lourenço: "Manifesta maior abertura para o diálogo, para a crítica social e para uma governação participativa". "Nesse sentido podemos assistir a sinais que estimulam até os mais cépticos, mas é muito cedo para fazer grandes avaliações", disse o músico.

Também Eva RapDiva salienta que ainda é cedo para avaliações, mas diz que João Lourenço “veio salvar a vida de muita gente se, de facto, o que está a aparentar nestes primeiros meses se mantiver e se cumprir aquilo que prometeu na campanha eleitoral”. “E é o que está a parecer que vai fazer, porque as coisas mais difíceis já fez”, afirmou.

Desde que tomou posse, a 26 de Setembro, na sequência das eleições gerais de 23 de Agosto, João Lourenço exonerou várias administrações de empresas estatais, dos sectores de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola.

“Temos uma abertura democrática muito boa”, disse o músico MCK, numa altura em que finaliza o álbum “Valores”, a editar em 2018, e que chama a atenção "para valores que se perderam, como a integridade, a honestidade, a defesa de uma boa governação”.

Para Eva, em Angola, “um dos maiores problemas era a falta de esperança”. “As pessoas já estavam conformadas de que ‘os políticos são corruptos, roubam de forma descontrolada’. Estavam conformadas com a falta de luz, de água, de direitos humanos. Sabiam que estava errado, contestavam isso, mas achavam que nunca iam conseguir mudar ‘porque eles são mais fortes, eles têm mais dinheiro, têm mais poder e podem vir para cima e nós e prender-nos”, disse.

MCK afirmou ainda que, mais do que estimulante, este é um tempo de reflexão: "Tiramos aquela pressão que temos como porta-vozes das pessoas. Convidamos as pessoas a serem líderes do seu próprio destino e daqui em diante a participarem na sua cidadania (...). No anterior regime nem sequer era possível as pessoas reclamarem de falta de água e luz".

MCK actua esta Sexta-feira no Palácio da Independência e promete rever temas dos três álbuns de estúdio e revelar alguns do novo registo, como "Violência simbólica".

Já Eva RapDiva actua no Sábado, no mesmo local, e anuncia “muito rap” num concerto que servirá para apresentar em Lisboa o seu álbum mais recente, “Eva”, editado em Março.

O festival Vodafone Mexefest acontece em vários locais da avenida da Liberdade, em Lisboa, e inclui as actuações, entre outros e além de Eva RapDiva e MCK, dos Cigarettes After Sex, Destroyer, Oddisee, Manel Cruz, Orelha Negra e Valete.

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