A posição foi transmitida aos jornalistas por Ricardo Velloso, cuja missão do Fundo que lidera iniciou esta Quinta-feira, em Luanda, reuniões com o Governo e administração de várias empresas públicas, a decorrerem até 17 de Novembro, ao abrigo dos contactos bilaterais anuais (Artigo IV).
O economista brasileiro classificou como preocupantes os actuais níveis de crescimento económico do país – previsão do Governo de 1,1 por cento em 2016 e 2,1 por cento em 2017 –, assegurando que esta missão do FMI vai trabalhar com as autoridades para que "volte a acelerar-se". "O crescimento económico está ainda em níveis muito baixos, muito aquém do desejado", disse.
A "inflação elevada", decorrente do actual cenário de crise no país, é outra das "preocupações" que o FMI traz para esta visita a Angola.
"Tem alguma explicação do ponto de vista da desvalorização cambial e também dos ajustes que foram feitos, necessários, aos preços dos combustíveis", apontou Ricardo Velloso, que falava após reunir-se na sede do Ministério das Finanças, em Luanda, com a equipa económica do Governo.
A agenda desta missão do FMI - que surge quatro meses após o Governo ter recusado um programa de assistência que antes pediu à instituição, aquando do agravamento da quebra da cotação do petróleo, no primeiro semestre do ano - prevê a discussão com as autoridades angolanas da evolução do quadro fiscal e da dívida pública, bem como "os últimos desenvolvimentos do sector bancário" ou os pressupostos para Orçamento Geral de Estado (OGE) de 2017.
Segundo o Ministério das Finanças, nestas reuniões com a missão do FMI serão também analisadas as projecções dos indicadores económicos para 2017, bem como estimativas para o crescimento do sector petrolífero e não petrolífero.
A missão do FMI presente em Luanda vai ainda discutir com a equipa económica governamental "aspectos ligados" às operações do Governo no mercado de títulos e cambial, a gestão das reservas internacionais líquidas, a gestão da tesouraria, "incluindo a evolução das contas a pagar e pagamentos atrasados", entre outros assuntos.