Enquanto titular do poder executivo, a proposta do OGE para 2016 define que o Presidente da República "é autorizado a conceder garantias do Estado a operadores económicos nacionais", para "desenvolvimento de projectos" e "implementação dos objectivos" do Governo para o próximo ano.
O limite para a concessão de garantias pelo Estado é fixado, nesta proposta do OGE - que na terça-feira foi aprovado, na generalidade, pela Assembleia Nacional - em 719.000 milhões de kwanzas.
Trata-se de um aumento de 190 por cento face ao documento que foi levado ao parlamento angolano há precisamente um ano (para 2015), e que foi alvo de uma revisão em Março devido à quebra das receitas com a exportação de petróleo.
No OGE para 2015, e para os mesmos objectivos, o Presidente podia autorizar garantias do Estado até 247.750 milhões de kwanzas.
Os limites às garantias do Estado são fixados na moeda nacional, o kwanza, que no último ano sofreu uma desvalorização de à volta de 40 por cento, face ao dólar norte-americano.
No final de 2013, o Presidente angolano assinou uma garantia estatal a favor do crédito de mais de três mil milhões de euros concedido pelo Banco Espírito Santo ao BES Angola, que foi depois cancelada em Agosto de 2014, na sequência da intervenção do Banco Nacional de Angola na instituição, transformada em Banco Económico.