Abel Chivukuvuku falava na conferência de imprensa onde foi lida uma declaração da FPU sobre a situação política do país. A plataforma foi formada em 2022 pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), integrando o PRA-JA Servir Angola, o Bloco Democrático e membros da sociedade civil.
Abel Chivukuvuku disse que, durante as últimas semanas, constatou "um alto grau de ansiedade, que não se justificava", à volta da recente legalização do PRA-JA Servir Angola, depois de vários chumbos pelo Tribunal Constitucional, que o levou a concluir "que afinal o PRA-JA vale alguma coisa".
O político frisou que o órgão deliberativo que vai convocar o congresso do PRA-JA Servir Angola deverá reunir antes do fim do ano ou no primeiro trimestre de 2025.
Questionado sobre se vai continuar no parlamento ou vai suspender o seu mandato, Abel Chivukuvuku respondeu que "a lei é simples e clara", referindo que deputados eleitos pelas listas da UNITA e que passem a dirigentes de outros partidos ficam ilegais.
"Até à legalização não havia medo, porque não havia partido, agora vamos nos estruturar, temos órgãos provisórios e a breve trecho vão convocar o congresso, com todas as modalidades que implicam o congresso", explicou.
"Enquanto não temos congressos, enquanto não temos órgãos, essas coisas todas, tudo está para ser debatido, o que significa que vai haver um momento que vamos ter que sair do parlamento, não sei se é já ou quando, mas vai ter que acontecer", acrescentou.
Abel Chivukuvuku salientou que, quem optar por continuar deputado, não entra para os órgãos do PRA-JA Servir Angola.
"Quem quiser entrar nos órgãos do PRA-JA sai do parlamento, porque é uma questão legal, não é uma questão política nem de vontade", declarou.
Na sua declaração sobre a situação política do país, a FPU destacou a "vitória suada" do PRA-JA Servir Angola, "parceiro firme" desta plataforma política.
"A Frente Patriótica Unida felicita os membros da Comissão Instaladora do PRA-JA Servir Angola pela sua resiliência nesta luta pela legalização, que durou cerca de cinco anos", disse Adalberto Costa Júnior, coordenador da FPU e líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição.
Segundo Adalberto Costa Júnior, a FPU, que integra também o Bloco Democrático, liderado por Filomeno Vieira Lopes, elogiou a pressão da opinião pública angolana, que pôs em causa os chumbos do Tribunal Constitucional sobre a constituição do PRA-JA Servir Angola, "estando ciente que tudo fará para cortar os intentos do regime para combater a FPU", estimulando a sua unidade.
Adalberto Costa Júnior disse que, nos últimos dias, "o regime" deu uma orientação aos noticiários dos órgãos estatais, "no sentido de pôr em causa a firmeza e a pujança da Frente Patriótica Unida".
"A Frente Patriótica Unida representa para os angolanos o compromisso de trazermos à realidade uma democracia participativa, de realizarmos as reformas que o país precisa para o desenvolvimento", frisou.