"A nível do Banco Mundial, temos vários acordos e projectos, dois na agricultura e estamos a preparar um terceiro projecto também na agricultura, que é o reforço, ou continuidade do projecto que neste momento está em vigor [o Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC)", disse Victor Hugo Guilherme em entrevista à agência Lusa em Washington.
"Queremos duplicar em termos de valor, temos algumas restrições, mas o projecto está avaliado em 500 milhões de dólares", revelou o ministro, na entrevista à margem dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que decorrem esta semana na capital norte-americana, em que participa.
Este novo projecto de 500 milhões de dólares junta-se ao apoio orçamental de 500 milhões de dólares, que ainda será contabilizado no Orçamento Geral do Estado de 2024, aprovado pelo Banco Mundial apenas esta semana, ao contrário do que é habitual, já que este apoio directo ao orçamento é normalmente aprovado até meados do exercício orçamental.
"A partir dos 500 milhões do apoio orçamental podemos financiar as áreas que tradicionalmente não recebem apoios externos para financiamento, como a agricultura e as obras públicas", explicou o ministro.
A energia, a água e os transportes não estão incluídos "porque têm projectos específicos, e estes 500 milhões de dólares de apoio orçamental é para o resto, como agricultura, pescas e ambiente, que dentro do Orçamento são actividades que não têm garantias de outro financiamento", referiu.
Para além disso, a nova verba de 500 milhões para o PDAC "serve para apoio às famílias, apoio às cooperativas e famílias organizadas em cooperativas, e também aos jovens", disse Victor Hugo Guilherme à Lusa.
O ministro detalhou que se trata de "quase uma continuidade do projecto que neste momento está a ser implementado" a partir de um envelope de 230 milhões de dólares financiado pelo Banco Mundial e também pela Agência Francesa de Desenvolvimento.
Na entrevista à Lusa, o ministro do Planeamento defendeu que a agricultura deve ser o motor da economia angolana e que "é preciso esquecer o petróleo", lamentando que o país não utilize a terra arável que tem: "Devemos ser o país do mundo com mais terra arável desaproveitada", concluiu.