As mulheres são as responsáveis por preservarem os conhecimentos e práticas tradicionais que suportam os sistemas agro-alimentares, apontou a responsável, lamentando que as mulheres ainda enfrentem "numerosos desafios", sobretudo no que diz respeito à educação.
"Apesar das suas contribuições significativas, as mulheres, particularmente as que vivem em zonas rurais, enfrentam frequentemente numerosos desafios, incluindo o acesso limitado à educação, à tecnologia e aos recursos", referiu, citada pela Angop.
Para a comissária, esses desafios também sofrem um agravamento devido a desastres naturais, como alterações climáticas, surtos de doenças e limitação no acesso às escolas, afectando de forma desproporcional este grupo.
Assim, considerou que a educação "é um poderoso instrumento de capacitação": "A educação é um poderoso instrumento de capacitação. Ao proporcionar às mulheres rurais o acesso a uma educação de qualidade, podemos dotá-las dos conhecimentos e das competências necessárias para melhorar os seus meios de subsistência e contribuir eficazmente para as suas comunidades".
Sobre o tema deste ano da efeméride – "Capacitar as mulheres que vivem em zonas rurais através da educação e do acesso à tecnologia: Colmatando a lacuna para sistemas agro-alimentares inclusivos e sustentáveis em África" – Josefa Sacko disse representar o compromisso colectivo de promover um ambiente favorável para o progresso das mulheres que moram em áreas rurais, bem como para que se possam tornar agentes de transformação, em sintonia com o tema geral da União Africana para este ano – "Educar um africano apto para o século XXI", que destaca a importância de se desenvolver sistemas educacionais resistentes para garantir o aumento do acesso a uma educação inclusiva.
Segundo a responsável, existe a necessidade de combater a lacuna para sistemas agro-alimentares inclusivos e sustentáveis, tendo em vista superar as barreiras que impossibilitam a participação total e usufruto destes sistemas por parte das mulheres rurais.
Nesse sentido, considerou serem precisas políticas e iniciativas específicas que incentivem a igualdade de género, suportem o acesso das mulheres às terras e serviços financeiros, bem como ofereçam capacitação em técnicas agrícolas sustentáveis, escreve a Angop.
Assim, considerou que embora o percurso seja desafiante, a resiliência e determinação das mulheres africanas em áreas rurais são fontes de esperança e optimismo.
"Com as políticas, os investimentos e as parcerias certas podemos libertar o seu potencial e criar uma África onde as mulheres rurais não só prosperam como lideram a transformação para sistemas agro-alimentares sustentáveis, inclusivos e resilientes", referiu, recordando igualmente que a comissão da União Africana se encontra comprometida em dar formação às mulheres dos meios rurais por meio da educação e acesso à tecnologia, bem como seguirá a colaborar com os Estados-membros, parceiros de desenvolvimento e organizações para colocar em prática projectos que promovam o empoderamento das mulheres rurais, escreve a Angop.