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União Inter-Parlamentar pode eleger africana para a presidência

A 147.ª Assembleia da União Inter-Parlamentar (UIP) celebra, em Luanda, o “século de mulheres” e pode eleger uma africana como nova presidente do órgão, em substituição do deputado português Duarte Pacheco, disse fonte da organização.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

O encontro, que vai decorrer em Luanda entre 23 e 27 de Outubro, vai eleger o 31.º presidente do órgão, com quatro candidatas africanas, nomeadamente do Malaui, Tanzânia, Somália e Senegal a concorrem ao cargo para um mandato de três anos.

"É um direito que nos assiste, estamos num século de mulheres, coube a vez a África de eleger uma mulher e surgiram estas quatro candidatas. Foi uma coisa natural. Uma das candidatas é actualmente membro do comité executivo da UIP", disse, em entrevista à Lusa, a porta-voz do evento, Idalina Valente.

Pelo menos 1400 delegados efectivos, vindos de 179 parlamentos a nível mundial, devem participar neste encontro, apesar de a organização ter um registo actual de cerca de 1700 participantes.

"Acção Parlamentar para a Paz, Justiça e Instituições" será o lema desta assembleia da UIP, escolhido por Angola, país anfitrião, num contexto marcado pelos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia e agora entre Israel e o Hamas, disse.

"A Acção Parlamentar em favor da Paz, Justiça e Instituições Fortes", sustentou, "vai ser tema de debate dos cerca de 58 presidentes de parlamentos e os respectivos vice-presidentes", realçou.

A paz, a segurança internacional, as alterações climáticas, os direitos humanos, ciência e tecnologia são alguns dos temas que estarão em discussão nesta 147.ª Assembleia da UIP, cujos trabalhos vão decorrer na sede do parlamento angolano, no centro de Luanda.

Um fórum de mulheres parlamentares e um outro sobre os jovens parlamentares consta igualmente da agenda deste encontro, que vai, ainda, registar a adesão das Bahamas como 180.º membro da organização.

"Este acto é muito importante porque a UIP é composta por 179 parlamentos – vai agora, nesta assembleia, entrar o 180.º membro, que será o parlamento das Bahamas – e tem uma série membros de observadores, associações, que são também parceiros da organização", disse.

Idalina Valente sinalizou a importância de Angola acolher pela primeira vez este conclave dos parlamentos do mundo, considerando que se o país fizer um trabalho bem feito "vai certamente levar o nome de Angola a outros países".

"Além disso Angola é membro da UIP desde 1986 e foi desejo da organização que Angola acolhesse essa reunião", argumentou.

Idalina Valente assinalou que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem feito "muita advocacia" dentro da UIP para que o português se torne uma língua de trabalho da organização.

"E se conseguirmos esse feito estaremos também com toda a justeza a defender que a nível da ONU (Organização das Nações Unidas) também se comece a pensar em ter o português como pelo menos uma língua de trabalho", salientou.

Um evento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e uma reunião da Internacional Socialista estão ainda previstos à margem da assembleia da UIP.

A União Inter-Parlamentar, fundada há mais de 130 anos como a primeira organização política multilateral do mundo, é composta por 179 parlamentos-membros nacionais e 14 órgãos parlamentares regionais.

Portugal estará representado pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

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