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Chineses arrancam com exploração de mineral raro na Huíla em 2024

Abril do próximo ano é o prazo previsto para que a sociedade mineira chinesa Niobonga arranque com a exploração de nióbio – um mineral raro usado para fabricar turbinas eléctricas, na indústria espacial, entre outros – no município de Quilengues, província da Huíla, informou Grande Zé, director-geral adjunto da empresa.

: Facebook do Administração Municipal de Quilengues
Facebook do Administração Municipal de Quilengues  

"Temos a previsão de iniciar em Abril do próximo ano com os trabalhos de exploração, mas podemos ter imprevistos como as populações residentes no local, pois estamos a terminar a fase de desalojamento, mas tem uma outra e podemos encontrar impedimentos, assim como as chuvas que podem atrasar mais o processo", afirmou o responsável, em declarações, citadas pela Angop, no âmbito de uma visita de constatação de Jânio Correia Victor, secretário de Estado dos Recursos Minerais, ao terreno.

Relativamente ao andamento do projecto, o responsável fez saber que actualmente estão a ser construídas as fábricas, encontrando-se já terminado um estaleiro provisório, um tanque de dois milhões de litros de gasóleo, dois armazéns, bem como a abertura de vias com terraplanagem, escreve a Angop.

Segundo Grande Zé, está igualmente prevista a construção de um novo estaleiro até Março do próximo ano.

De acordo com o responsável, citado pela Angop, a empresa possui um título de exploração num perímetro de 461 quilómetros quadrados, que serão ocupados faseadamente devido ao realojar das famílias que moravam junto às imediações do projecto.

Nesse sentido, a empresa já ergueu mais de meia centena de habitações sociais – um total de 54 – visando o realojamento. No entanto, os visados deram preferência a indemnização, tendo o governo e administração local negociado com a empresa para proceder à mesma. De acordo com a Administração Municipal de Quilengues, em comunicado a que o VerAngola teve acesso, as famílias em questão "já começaram a ser indemnizadas e desalojadas para as zonas mais seguras, tendo em conta os riscos que o processo de exploração acarreta".

Grande Zé, citado pela Angop, disse ainda que, a par do nióbio, também poderão explorar minerais como o ferro, alumínio e apatita, que se encontram relacionados ao mineral raro, tendo já transcorrido por um procedimento de prospecção.

Entre outros aspectos, o responsável demonstrou ainda a vontade de quererem "ter a fábrica a funcionar e conseguir trazer desenvolvimento" ao município e à província. "Queremos ter a fábrica a funcionar e conseguir trazer desenvolvimento tanto do município como da província", disse, citado pela Angop.

"Estamos com o projecto de fazer um pólo industrial, porque as fábricas que estamos a implementar vão servir como tratamento inicial de separação de ferro e nióbio, que aparecem no processo de forma conjunta", completou.

Segundo o comunicado da Administração Municipal de Quilengues, até ao momento o projecto já gerou "mais de 600 postos de trabalhos directo a jovens locais com o início da construção das fábricas, armazéns, barragens de retenção de água e casas sociais".

A visita do secretário decorreu na passada Quarta-feira. Na ocasião, Jânio Correia Victor, que se fez acompanhar por técnicos do ministério, membros do Governo da Huíla e da Administração Municipal de Quilengues, deixou "recomendações para que a empresa não deixe de cumprir com as obrigações sociais e de protecção ambiental".

Recorde-se que em 2020 foi anunciado que a empresa chinesa se encontrava a investir 100 milhões de dólares para dar início à exploração de nióbio na Huíla.

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