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Economia

BFA revê crescimento de Angola para mais de quatro por cento este ano

O gabinete de estudos do Banco Fomento Angola (BFA) vai rever em baixa a previsão de crescimento de Angola este ano para acima de 4 por cento, estimando um abrandamento em 2023 para entre 2 e 3 por cento.

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"Estamos a rever a nossa perspectiva de crescimento do PIB em ligeira baixa, esperando, ainda assim, uma subida seguramente acima dos 4 por cento", disse à Lusa o economista-chefe do banco, José Miguel Cerdeira, no seguimento da nota de análise sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.

Em Maio, o BFA previa que o PIB de Angola crescesse entre 5,2 e 5,7 por cento este ano, o que seria o ritmo de crescimento mais elevado desde 2012, quando a economia nacional cresceu 8,5 por cento.

O Fundo Monetário Internacional estima que o país cresça 2,9 por cento este ano, em linha com a previsão oficial do Governo, que ronda os 3 por cento.

O PIB de Angola cresceu 3,6 por cento no segundo trimestre em relação ao período homólogo de 2021, e acelerou 0,5 por cento face ao crescimento registado no primeiro trimestre deste ano, de acordo com os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística, os quais registam um crescimento acumulado de 3,2 por cento no primeiro semestre deste ano.

Face aos números do mesmo período do ano passado, o sector diamantífero representou, no segundo trimestre, a indústria com maior crescimento, crescendo mais de 40 por cento, segundo a nota divulgada em Luanda no princípio do mês.

"A economia como um todo está a acelerar, mas com tendências diferentes no sector petrolífero e não petrolífero", comentam os analistas do BFA, vincando que "a economia petrolífera que cresceu pela segunda vez desde 2016, resultado de nova produção em vários blocos, provavelmente vai manter-se no ritmo dos dois últimos trimestres, no conjunto do semestre, podendo acelerar pontualmente no terceiro trimestre, mas compensando com menor crescimento no último trimestre do ano".

A economia não petrolífera, acrescenta-se na nota do BFA, "deverá acelerar, sobretudo do lado do consumo privado, para valores perto dos observados na primeira metade de 2021, o que fará com que o PIB cresça acima de 4 por cento no total do ano".

"Em 2023, prevemos que o PIB cresça de modo bastante mais lento, mas sobretudo devido à contribuição do PIB Petrolífero, que voltará a ser bastante negativa – de modo mais importante para as condições de vida dos angolanos, o PIB Não Petrolífero deverá voltar a crescer de modo significativo, possivelmente acima dos 5 por cento", diz o BFA.

Já o PIB do sector petrolífero "poderá vir a cair mais do que 6 por cento, potencialmente, o que levaria o PIB como um todo a crescer apenas 2 a 3 por cento, voltando a acelerar para um ritmo entre os 3 e os 4 por cento em 2024 e 2025", concluem os analistas.

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