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Fitch revê previsão para Angola e antecipa nova recessão de 1,5 por cento este ano

A consultora Fitch Solutions reviu esta Segunda-feira em forte baixa a previsão de evolução da economia de Angola, antecipando agora uma recessão de 1,5 por cento este ano, antes de o país crescer 2,7 por cento em 2022.

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"Na Fitch Solutions, antevemos que o Produto Interno Bruto (PIB) real de Angola se vá contrair 1,5 por cento este ano, antes de crescer 2,7 por cento em 2022, o que é uma revisão em baixa face à nossa previsão anterior de um crescimento de 1,7 por cento este ano e de 3,3 por cento em 2022", lê-se numa nota enviada aos clientes.

Na actualização da previsão, a que a Lusa teve acesso, a consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings justifica a revisão com "as novas previsões sobre a produção petrolífera" em Angola, o segundo maior produtor da África subsaariana.

A Fitch Solutions reviu em baixa a previsão de produção petrolífera em Angola, estimando agora que o país bombeie 1,25 milhões de barris por dia este ano e 1,31 milhões em 2022, o que contrasta com a previsão anterior de 1,33 milhões este ano e 1,43 milhões no próximo ano.

"Isto acontece devido à expectativa do Governo de que alguns projectos entrem em funcionamento no segundo semestre deste ano, o que pode providenciar um modesto apoio à produção, que está em dificuldades", argumentam os analistas da Fitch.

Em 2022, os novos projectos da TotalEnergies e da BP, que foram adiados devido aos efeitos da pandemia de covid-19, vão ajudar a fazer a produção recuperar, conclui-se na nota da Fitch Solutions.

Além da revisão em baixa para este ano, que faz com que Angola enfrente o sexto ano consecutivo de recessão desde 2016, a Fitch Solutions aponta também que a média de crescimento da economia vai estar consistentemente abaixo da média de crescimento da região até final desta década.

"O PIB de Angola vai crescer 2,6 por cento em média entre 2021 e 2030, abaixo da média a 10 anos para a África subsaariana, que é de 3,7 por cento, devido ao crónico subinvestimento nos poços petrolíferos envelhecidos, que teve um efeito irreversível no sector petrolífero do país, e dificilmente Angola conseguirá regressar aos níveis de 1,5 milhões de barris diários registados antes da pandemia", concluem os analistas.

A nova previsão da Fitch Solutions surge dias depois de o Fundo Monetário Internacional ter revisto em baixa a estimativa de crescimento de Angola, apontando para uma recessão de 0,7 por cento, e também na mesma altura em que o Governo baixou a previsão para um valor próximo de zero, com a ministra das Finanças a admitir que uma nova recessão este ano é possível.

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