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João Lourenço inaugura fábricas de tractores e telemóveis na ZEE

O Presidente da República esteve esta Quarta-feira na Zona Especial Económica Especial (ZEE), no município de Viana, em Luanda, onde inaugurou duas fábricas: uma de montagem de telemóveis e outra de tractores agrícolas. As duas unidades são fruto de um investimento inicial de mais de 65 milhões de dólares dos Emirados Árabes Unidos (EAU).

: Pedro Parente/Angop
Pedro Parente/Angop  

Na cerimónia de inauguração das unidades fabris esteve também presente o xeque Ahmed Maktoum dos Emirados Árabes Unidos.

Em declarações à imprensa, João Lourenço assinalou que as fábricas vão aumentar a oferta de emprego, sobretudo para os jovens, representando a fábrica de tractores o aproximar de um objectivo que Angola tem procurado alcançar.

"Até aqui temos manifestado por palavras o nosso desejo de fazer de Angola um país forte em termos de produção agrícola, mas para que este sonho se torne realidade precisamos de fazer coisas em concreto, nomeadamente ter produção própria de tractores e alfaias, de adubos e fertilizantes, de vacinas para os animais, falando também da agropecuária, e de sementes", disse.

João Lourenço destacou que, apesar de a pandemia da covid-19, o país está a alcançar o seu objectivo de atrair investimento privado, como demonstram as várias inaugurações de fábricas nos últimos dias.

Na sua intervenção, o secretário de Estado para a Indústria de Angola, Ivan do Prado, disse que está previsto um aumento progressivo do investimento, nos próximos três anos, de cerca de 200 milhões de dólares.

O responsável salientou que a linha de montagem de tractores vem ao encontro do actual contexto económico do mercado nacional, nomeadamente ao nível do sector agrícola, que vem registando um forte desenvolvimento.

O secretário de Estado para a Indústria frisou ainda que, actualmente, há uma necessidade de reforço da oferta de equipamentos, que começa a ser colmatada com a capacidade de produção anual de 3000 tractores a nível local. "Esta capacidade produtiva irá contribuir para a redução de importações, que vêm sendo realizadas. Nos últimos três anos, essas importações representaram um dispêndio de divisas superior a 70 milhões de dólares, para assegurar a compra de cerca de 2000 tractores", informou.

De acordo com o governante, com a montagem local desses produtos o país passa a registar uma redução abaixo dos 50 por cento face ao preço dos tractores importados. "Este diferencial permitirá que muitos mais pequenos e médios agricultores possam adquirir um tractor para o apoio à sua actividade, o que esperamos irá trazer grandes ganhos para a economia nacional", referiu.

O custo médio de um tractor importado, com uma potência de 85 cavalos, segundo Ivan Prado, é cerca de 85.000 dólares, enquanto um tractor com a mesma potência montado nesta unidade industrial terá um custo de cerca de 35.000 dólares.

Por sua vez, o xeque Ahmed Maktoum referiu que estes investimentos fomentarão o crescimento do desenvolvimento infra-estrutural em Angola, salientando que, a pedido do chefe do Estado angolano, abraçou a iniciativa que começa com a fábrica de montagem de tractores no país.

"A minha equipa trabalhou cerca de seis meses arduamente para criar esse projecto e notámos que os cidadãos em Angola actualmente importam tractores e insumos a preços bastante altos e que a falta de peças sobressalentes depois da venda é uma situação corrente", disse o xeque, realçando que notaram igualmente que os agricultores são obrigados a comprar os tractores a pronto pagamento, o que "enfraquece a agricultura".

A nova unidade fabril, que utiliza tecnologia de ponta para montar localmente e fornecer peças sobressalentes para estes equipamentos, criou também um serviço pós-vendas e salas de exposição, estando a trabalhar igualmente para uma rede vasta de distribuição para os clientes no mercado angolano.

"Um centro abrangente em agricultura foi criado na fábrica para dar formação nas áreas remotas. Este nosso compromisso permitirá a partilha de 'know-how' e tecnologia aos agricultores locais em Angola", sublinhou.

Ahmed Maktoum manifestou interesse em investir em fábricas de adubos e fertilizantes no país, além dos sectores de energia, saúde, turismo e outros.

Montagem de telemóveis quer diminuir importação

Relativamente à aposta numa linha de montagem de telemóveis e 'tablets' em Angola, o Ivan do Prado salientou que os investidores estão de igual modo a contribuir para a redução da importação dos cerca de um milhão de telemóveis anuais.

Desde 2017 até à data, a importação de telemóveis obrigou à disponibilização de mais de 150 milhões de dólares, verba que poderá passar a ser utilizada para adquirir componentes que irão posteriormente ser montados em Angola.

O governante disse ainda que a implementação desses destes projectos proporcionou a criação de forma directa de 200 novos postos de trabalho, sendo 90 por cento dos trabalhadores jovens angolanos.

Em relação à montagem de telemóveis e 'tablets', o xeque frisou que um dos objectivos da sua implementação é terminar com o uso de telefones de baixa qualidade no país.

A fábrica tem a capacidade de montar mais de 100.000 aparelhos ao ano, com perspectiva de aumento.

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