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Defesa

Secretária de Estado diz que queixa de manifestantes foi o procedimento certo

A secretária de Estado para os Direitos Humanos considerou que os manifestantes que apresentaram à Procuradoria-Geral da República uma queixa-crime contra a polícia, por alegadas agressões físicas sofridas durante o protesto, adoptaram o procedimento correto.

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Em causa está uma queixa-crime dirigida à Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal, contra o comandante provincial da Polícia de Luanda, Eduardo Cerqueira, e o director das operações do comando provincial de Luanda, Lázaro Vaz da Conceição, por detenção e agressão física a 11 manifestantes.

“No caso, pensamos que o mecanismo adoptado foi o certo. Se as pessoas entendem que houve uma violação dos direitos humanos, intente-se uma acção junto da Procuradoria-Geral da República [PGR], para que se averigue o que é que se passou e se responsabilize os autores. Isso demonstra uma boa cultura jurídica dos cidadãos e é isso que nós recomendamos que seja feito”, disse Ana Celeste Januário.

A secretária de Estado para os Direitos Humanos, que falava num debate, em Luanda, referiu que ainda se verificam incidentes do género, acrescentando que os agentes têm sido responsabilizados.

“Em todos os países do mundo acontecem incidentes (…), o principal problema não está que aconteçam os incidentes, o problema está quando acontecem e ninguém faz nada. Se acontecer algum incidente deve haver responsabilização e no nosso relatório apresentamos dados em que agentes de segurança e órgãos de defesa foram responsabilizados pelos seus actos, o que é importante”, afirmou.

De acordo com Ana Celeste Januário, o relatório que Angola produziu no âmbito da Avaliação Periódica Universal dos Direitos Humanos indica que mais de mil agentes foram responsabilizados com sanções disciplinares e criminais, que variaram entre penas de prisão, demissão, expulsão da corporação policial, despromoção ou multa e censura registada.

“Este ano viu-se o comandante da polícia em parada a despatentear agentes por esses actos. Para mim é muito bom quando acontece um determinado ato e as pessoas que sofreram essas vicissitudes levantaram a queixa, fizeram uma participação à PGR, houve responsabilização dos agentes, significa que o sistema está a funcionar”, salientou.

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