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OIM pede um milhão de dólares para ajudar congoleses expulsos de Angola

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu à comunidade internacional, com carácter de urgência, um milhão de dólares para assistir os 200.000 congoleses alegadamente expulsos de Angola.

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Nos últimos dias, esta agência das Nações Unidas forneceu apoio humanitário a 3000 congoleses, mas apelou à contribuição da comunidade internacional para fazer face às dificuldades enfrentadas pelos nacionais da República Democrática do Congo (RDCongo).

A OIM alertou para a "necessidade urgente" de comida, água, saneamento e higiene, abrigos de emergência, assistência médica e transporte que permita à população alcançar os seus locais de origem.

De acordo com o comunicado emitido pela OIM esta semana, a cidade de Kamako, na província congolesa de Kasai, junto à província angolana da Lunda Norte, registou a entrada de 200.000 cidadãos pelos postos fronteiriços de Kamako, Mayanda, Tsimbulu ou Kabungu,

Segundo a organização, as autoridades testemunharam a entrada de 16.000 pessoas pelo posto fronteiriço de Kamako apenas na Sexta-feira, dia 12.

"Entre os expulsos, a OIM assistiu menores não acompanhados, grávidas e mulheres lactantes que atravessaram a fronteira para a RDCongo. Estamos particularmente preocupados com o bem-estar destes grupos", afirmou Emery Kianga, integrante das operações do OIM naquele país.

A OIM, segundo a própria, é a única organização a fornecer apoio aos congoleses afastados de Angola em Kamako.

Segundo a organização, alguns dos indivíduos estavam em Angola para trabalhar na indústria artesanal de extracção de diamantes, enquanto outros fugiram do seu país durante os conflitos entre grupos armados e as Forças Armadas da RDCongo (FARDC) em 2016 e 2017.

A 25 de Setembro, Angola iniciou a "Operação Transparência" em sete províncias, a qual, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, visa "todos os cidadãos em situação migratória ilegal que praticam o garimpo" de diamantes. Na Quarta-feira, a polícia anunciou que 261.713 cidadãos estrangeiros, "em condição irregular", já "abandonaram" o país.

Desde o início da "Operação Transparência", as autoridades já encerraram 67 cooperativas que exerciam actividades de exploração ilegal de mineiros (diamante), bem como outras 227 casas de compra e venda das pedras preciosas, tendo ainda sido apreendidos 24.624 diamantes, avaliados em 8,95 milhões de dólares.

Na Terça-feira, as Nações Unidas expressaram preocupação sobre a alegada saída forçada de Angola de, então, mais de 200.000 cidadãos da vizinha RDCongo nas duas últimas semanas, admitindo que a situação pode gerar uma crise humanitária, situação negada já pelas autoridades policiais.

A 15 deste mês, o Governo da RDCongo revelou que está a "investigar" o que considera ser "uma expulsão maciça", entre "alegações sérias de acusações de violência".

"As alegações são muito graves. O Governo reagirá oficialmente nos próximos dias", declarou à agência France-Presse o porta-voz executivo congolês, Lambert Mende, em reacção à "Operação Transparência".

Há relatos de expulsões violentas, até mesmo mortes de congoleses, que Angola nega, falando de retornos "voluntários".

A RDCongo e Angola partilham 2500 quilómetros de fronteira terrestre, a mais longa em África.

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