Ver Angola

Banca e Seguros

Sector bancário regista crescimento de 55 por cento em 2016

Os bancos nacionais registaram um crescimento de 55 por cento no resultado líquido total em 2016, de 1049 milhões de dólares, mas o crédito vencido atingiu os 2366 milhões de dólares.

:

O indicador do rácio do crédito vencido, equivalente a 2366 milhões de dólares, consta da 12.ª edição da publicação Banca em Análise, apresentada esta Quinta-feira em Luanda, no qual a consultora internacional Deloitte analisa os resultados dos relatórios e contas apresentados publicamente por mais de duas dezenas de bancos que operam no país.

O crédito líquido a clientes aumentou 12 por cento face a 2015, chegando, no conjunto dos bancos analisados, aos 18,4 mil milhões de dólares, valor que segundo a Deloitte já incorpora o efeito da valorização dos créditos concedidos em moeda estrangeira ao câmbio oficial.

Além disso, o estudo - que não levou em conta os dados do Banco Económico, que resultou da resolução do Banco Espírito Santo Angola (BESA) - demonstra que o reconhecimento de perdas para o crédito dos bancos aumentou cerca de 0,4 por cento.

Apesar de rácio do crédito vencido na banca continuar nos 13 por cento (sobre o crédito total concedido) tal como a análise feita em 2015, o valor absoluto cresceu em 2016, tendo em conta o aumento do total de crédito concedido. Em 2015, a banca, segundo a 11.ª edição do estudo da Deloitte, tinha 2,1 mil milhões de dólares em crédito vencido.

"Há países com índices mais elevados, mas este número fala por si. É de facto um pouco elevado", admitiu José Barata, líder do sector financeiro da Deloitte em Angola, em declarações à agência Lusa.

O desafio, apontou, passa por uma gestão da banca que "tem de ser feita de forma integrada", com uma “preocupação contínua" na qualidade da carteira de crédito.

Em 2016, o volume de activos agregado das instituições financeiras nacionais incluídas na análise da Deloitte fixou-se nos 52,4 mil milhões de dólares, mantendo-se o estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC), em processo de saneamento face ao elevado volume de crédito malparado, na liderança, com um activo total de 10,1 mil milhões de dólares.

Juntamente com o BPC, o Banco Angolano de Investimentos (BAI), o Banco Fomento Angola (BFA), o Banco Internacional de Crédito (BIC) e o Banco Millennium Atlântico formam o grupo das cinco principais instituições financeiras angolanas, representando 73 por cento do total do cativo dos bancos analisados pela Deloitte, que no conjunto cresceu 23 por cento face ao ano anterior.

Num cenário de crise que se mantém, Duarte Galhardas, presidente da Deloitte em Angola, aponta que o sector bancário voltou a demonstrar, no último ano, "um elevado grau de resiliência".

"Conseguiu alcançar um desempenho positivo, sendo de destacar o reforço dos fundos próprios dos bancos, que registaram um aumento de cerca de 26 por cento face a 2015", salientou.

De acordo com a 12.ª edição do estudo Banca em Análise, o peso dos depósitos em moeda nacional manteve a sua tendência de crescimento em 2016, em detrimento da moeda estrangeira, passando a representar 67 por cento dos depósitos totais, que somaram 42,3 mil milhões de dólares, um crescimento de 16 por cento face a 2015.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.