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Negócio da reparação de electrodomésticos cresce a olhos vistos

A crise revelou-se uma oportunidade para os centros de reparação de aparelhos eléctricos, que há muito tempo não tinham tanto trabalho, sendo que alguns estavam em vias de fechar, tendo agora um novo impulso com a necessidade de recuperação dos velhos electrodomésticos.

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"Realmente estamos a ter uma adesão muito boa dos clientes que procuram pelos nossos serviços, o que não acontecia há muito tempo", contou ao Novo Jornal o técnico Francisco Ngoma, que admite que a média de pedidos de reparação, na sua oficina na Cuca, já está entre os 10 e os 12 por dia.

Francisco Ngoma não hesita em afirmar que a situação se deve à crise financeira que assola o país. Por um lado, as pessoas deixaram de ter dinheiro para comprar aparelhos novos e, por outro, estes ficaram mais caros, porque a sua importação é quase impossível, devido à escassez de divisas.

"Já apanhei muitos aparelhos eléctricos no lixo, que não tinham problemas graves. Por vezes era apenas um problema com um fusível que queimou e de repente colocavam-no na lixeira, como as vacas gordas emagreceram estão agora a recorrer com maior frequência aos centros de reparação", acrescentou.

O técnico de 37 anos disse ainda que rapara máquinas de lavar roupa, televisões, aparelhos de som entre outros e que, agora, os rendimentos do seu trabalho permitem-lhe custear mais facilmente toda a despesa de casa.

De acordo com Pedro da Silva, também técnico de electrodomésticos há nove anos, vários colegas abandonaram a profissão por falta de trabalho, mas agora estão a voltar devido ao aumento da procura pelos seus serviços.

"O preço dos aparelhos eléctricos subiu muito, principalmente as televisões, arcas frigoríficas e máquinas de lavar, razão pela qual as pessoas estão a recorrer, de uma forma extraordinária, aos nossos serviços", aponta.

Apesar do aumento do número de clientes, os técnicos manifestaram também a sua insatisfação, pelo facto dos acessórios e peças estarem a desaparecer nos mercados.

"Estamos a perder muito kumbu, os clientes estão a levar os seus aparelhos porque não há peças para dar a solução aos programas que os electrodomésticos apresentam e esse é o outro problema que enfrentamos", lamentou o técnico Pedro da Silva, que tem uma oficina no São Paulo.

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