Além do luso-angolano Luaty Beirão, outro dos activistas do grupo de prisioneiros de consciência, Nelson Dibango, entrou em greve de fome a 9 de Outubro.
Os 15 angolanos, detidos em Junho, foram formalmente acusados em Setembro de prepararem uma “rebelião” e “tentativa de golpe” e informados apenas a 5 de Outubro, pelo que, segundo a Amnistia Internacional (AI), “estiveram em detenção pré-julgamento e sem formulação de acusação mais de 90 dias, como é definido por lei”.
As duas iniciativas, que são apoiadas pela secção portuguesa da AI e ainda por outras organizações não-governamentais portuguesas, realizam-se após idênticas tentativas em Luanda, reprimidas pela polícia angolana.
Segundo um comunicado da AI, "Luaty Beirão inspira especiais preocupações uma vez que o seu estado de saúde se encontra debilitado devido à greve de fome que encetou em protesto contra a sua detenção e de outros 14 activistas. O activista está desde 09 de outubro na Prisão Hospital de São Paulo, em Luanda, e durante três semanas ingeriu apenas água com sal e açúcar, providenciada por seus familiares. Aceitou a 11 de Outubro que lhe fosse administrada solução salina por via intravenosa”.
Em Lisboa, a concentração de solidariedade para com os activistas angolanos vai realizar-se frente ao Gabinete do Parlamento Europeu, no Largo Jean Monet, ao que se segue uma vigília na Praça do Rossio, a partir das 18h30.
A organização de direitos humanos entende que “as detenções e as acusações formuladas pelo Estado angolano contra os 15 activistas constituem um exemplo chocante do quão longe as autoridades do país estão dispostas a ir para suprimir a dissidência pacífica”.