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Defesa

Governo formalizou pedido para alargar plataforma continental além das 200 milhas

O Governo submeteu em Setembro, à Organização das Nações Unidas (ONU), uma proposta para alargamento da sua plataforma continental além das actuais 200 milhas, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti.

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A informação foi transmitida pelo governante, aos jornalistas, à margem da Conferência Internacional sobre Segurança Marítima e Energética, organizada por Angola, com o apoio dos Estados Unidos da América e da Itália, e que encerra hoje em Luanda.

"Esses assuntos levam algum tempo, na base no direito internacional essa questão vai ser discutida", disse Georges Chikoti, confirmando que foi o ministro da Defesa de Angola, João Lourenço, a formalizar a entrega da proposta angolana na ONU, no mês passado.

"Primeiro vai ter de se ver a posição dos outros países. Angola tem a sua visão, a República Democrática do Congo [RDCongo] tem a sua visão, o [República do] Congo tem a sua visão, o Gabão tem a sua visão, a Namíbia tem a sua visão. E todos têm, eventualmente, ângulos que se cruzam. Por isso é que são assuntos que levam muito tempo e pode levar a negociações bilaterais entre os estados", apontou ainda o chefe da diplomacia angolana.

A Lusa noticiou em Julho de 2014 que a definição das fronteiras marítimas de Angola envolverá negociações com três países, incluindo o alargamento da plataforma continental além das actuais 200 milhas.

Em causa, de acordo com o chefe da Direcção Hidrográfica da Marinha angolana, o vice-almirante Martinho António, estava o processo de delimitação das fronteiras marítimas a norte, envolvendo a RDCongo e a República do Congo.

Além disso, recordou naquela ocasião o oficial, a pretensão angolana de extensão da plataforma continental além das 200 milhas, conforme proposta submetida à ONU, envolverá uma negociação, igualmente a norte, com o Gabão, por implicar uma "sobreposição" entre as duas propostas.

"Quando o Gabão fez a sua submissão nas Nações Unidas para estender a plataforma continental para além das 200 milhas Angola fez um protesto mostrando que eles estavam a entrar nas nossas águas. Quer dizer que Angola terá de negociar com estes três países", disse Martinho António.

Desde já se perspectiva que a fronteira com os dois Congos, por ser uma importante área de exploração petrolífera, envolverá diferentes métodos técnicos na sua definição, consoante as partes envolvidas.

É que segundo o método utilizado pelas autoridades angolanas, que dizem estar suportado nas definições das Nações Unidas, o país não terá descontinuidade marítima entre o norte e o enclave da província de Cabinda, ficando a RDCongo com uma saída para o mar até às 32 milhas.

Já com o método utilizado por aquele país, a área marítima sob jurisdição da RDCongo irá até às 200 milhas.

Neste processo, Angola garante que há um "histórico" deixado do passado colonial português que suporta igualmente as pretensões nacionais.

Além das questões de soberania, a definição destas fronteiras marítimas a norte visa garantir a exploração de recursos marítimos existentes na área, nomeadamente de hidrocarbonetos.

Uma área com plataformas petrolíferas angolanas já foi entretanto reivindicada nas Nações Unidas pela RDCongo.

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