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Luanda mudou nome a 147 ruas, mas placas antigas ainda permanecem

O roteiro toponímico de Luanda, elaborado oito anos após a independência angolana, indica que 147 ruas e avenidas da capital viram os nomes coloniais alterados para designações nacionais, de acordo com documentação recolhida pela Lusa.

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Contudo, o que se verifica ainda hoje é que várias zonas continuam a ser chamadas popularmente pelos nomes coloniais, como por exemplo o Bairro Alvalade, que depois da independência passou a chamar-se Bairro Maianga. Aliado a isso, em muitas artérias de Luanda com nomes oficiais nacionais as placas toponímicas exibem ainda nomes coloniais, como é o caso da rua Kariphande, antigamente denominada “28 de Maio”.

A elaboração do último Roteiro Toponímico da Cidade de Luanda, em 1982, esteve a cargo do então Ministério da Coordenação Provincial, actualmente Ministério da Administração do Território de Angola.

De lá para cá, segundo o director do Gabinete Provincial de Cultura de Luanda, Manuel Sebastião, foi criada uma comissão provincial de Toponímia para a atribuição de nomes aos bairros, ruas, avenidas e praças.

Constituída em 2011, esta comissão tem igualmente a tarefa de realizar a inventariação, correcção e regularização das situações já existentes.

O governo da Província de Luanda reconhece que os aglomerados populacionais na capital angolana cresceram significativamente, muitos deles sem planeamento ou acompanhamento técnico adequado.

A esses aglomerados foram atribuídos nomes pela população residente sem a observância de qualquer formalismo legal, bem como a fixação de placas toponímicas com a designação das ruas e praças.

Em declarações à agência Lusa, Manuel Sebastião considera a questão da toponímia da cidade de Luanda “um exercício de cidadania, que urge retomar-se”.

“Hoje verificamos com muita tristeza angolanos que tratam os seus documentos de identificação, Bilhetes de Identidade, e outra documentação necessária administrativa, no lugar da morada vem rua sem nome, sem número. Isto consta em muitos Bilhetes de Identidade”, lamentou o responsável.

Manuel Sebastião frisou que o processo está por concluir fruto das várias mudanças de liderança do governo da Província de Luanda, mas um concurso sobre Placas Toponímicas e Números de Polícia chegou a ser realizado em 2010.

“O trabalho é válido, estamos certos, que quando se retornar, de acordo com o novo despacho que será elaborado brevemente pelo governador da província a actualizar a comissão, este dossiê será retomado e então se encontrará o modelo de placa”, referiu.

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