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Ambiente

Fundo soberano vai gerir produção de eucaliptos em três províncias do país

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) vai assumir a concessão da produção de eucaliptos nas províncias angolanas de Benguela, Huambo e Huíla, segundo despacho presidencial a que a Lusa teve acesso.

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De acordo com o documento, assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, de 28 de Setembro, em causa está o "elevado potencial económico que representam os perímetros de eucaliptos" localizados naquelas três províncias, ainda sob tutela dos ministérios da Agricultura, Transportes e Indústria.

"Havendo necessidade da preservação, gestão e exploração sustentada daqueles perímetros, quer por razões de racionalidade económica e protecção ambiental, quer para, num conceito de industrialização, viabilizar o surgimento de várias actividades, incluindo a geração de energia", lê-se no despacho que autoriza o negócio, mas sem adiantar os valores envolvidos.

O acordo de parceria para a preservação, gestão e exploração sustentada daquele perímetro de produção de eucaliptos, agora aprovado pelo Governo angolano, envolve uma empresa participada pelo FSDEA, que vai desta forma assumir a concessão de gestão desta exploração.

O fundo é liderado por José Filomeno dos Santos, filho do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que o reconduziu no cargo em Agosto passado.

A Lusa noticiou a 30 de Setembro que mais de um terço do capital daquele fundo soberano, que conta com activos de 4,88 mil milhões de dólares, estava investido na Europa, tendo em conta a auditoria realizada às contas de 2014.

De acordo com a mesma auditoria, realizada pela consultora Deloitte & Touche e divulgada pelo FSDEA, 37 por cento da carteira de investimentos do fundo angolano estava alocada, à data de 31 de Dezembro último, na Europa.

Os investimentos em África tinham um peso de 34 por cento e na América do Norte de 18 por cento, além de opções por outras geografias (11 por cento).

O Fundo Soberano de Angola foi criado pelo Executivo em 2012, com uma dotação inicial de cinco mil milhões de dólares, já totalmente transferidos pelo Estado, nomeadamente com recurso às receitas provenientes da exportação de petróleo.

Este fundo, explica o Governo angolano, visa "promover o crescimento, a prosperidade e o desenvolvimento socioeconómico" do país, com recurso a uma carteira de investimentos distribuída por várias áreas, incluindo obrigações, compra de moeda estrangeira, de derivados financeiros, títulos do tesouro, de fundos imobiliários e de fundos de investimento.

No final de 2014, os activos de renda fixa deste fundo correspondiam a 2,7 mil milhões de dólares, representando 56 por cento da carteira de investimentos, enquanto investimentos em ramos de infra-estrutura e hotelaria correspondiam a 1,6 mil milhões de dólares e a um peso de 34 por cento.

O FSDEA refere que tem vindo a investir, este ano, em vários fundos de investimento de sectores de forte crescimento na África Subsaariana, como infra-estruturas, hotelaria, agricultura, minas, saúde e silvicultura, como estratégia para os "activos alternativos".

Dos três mil milhões de dólares atribuídos para sete fundos de investimento já constituídos, mais de 1,1 mil milhões de dólares encontram-se "comprometidos com implementação, diligência devida ou revisão de projectos comerciais em Angola e outras nações da região subsariana".

Este fundo é alimentado com parte das receitas petrolíferas angolanas - em 2014 não voltou a receber transferências -, que por seu turno estão em queda face à quebra da cotação internacional do barril de crude, tendo José Filomeno dos Santos admitido alterações a alguns planos de investimento e gastos no curto prazo.

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