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Angola registou quatro derrames de petróleo no primeiro trimestre do ano

A exploração petrolífera no ‘offshore’ angolano provocou quatro derrames no primeiro trimestre do ano, de acordo com um relatório do Ministério das Finanças, ao qual a Lusa teve hoje acesso.

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Segundo o documento, os casos aconteceram em águas profundas e ultra profundas, estimando-se o derrame de um total superior a 480 barris de hidrocarbonetos.

O caso mais grave aconteceu a 14 de Janeiro, no bloco 40, operado pela Total, com o relatório a apontar "erro humano" na origem de um incidente que provou o derrame de uma quantidade equivalente a 195 barris, devido ao manuseamento errado de uma válvula.

A 1 de Janeiro, o mesmo bloco registou, igualmente por "erro humano", o derrame de 136 barris de hidrocarbonetos.

Há ainda o registo da ruptura num tubo de uma sonda de perfuração no bloco 24, operado pela BP, que provocou o derrame de 150 barris, a 26 de Março, e outro caso de menor dimensão durante um teste de perfuração no bloco 37, da Conoco Phillips, em Fevereiro.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, produção que aumentou 12 por cento no primeiro semestre deste ano para mais de 1,7 milhões de barris de crude por dia, segundo a Sonangol.

As reservas de petróleo em Angola estão avaliadas entre 3,5 mil milhões de barris (categoria de provada) e 10,8 mil milhões de barris (categoria de provável).

O ministro dos Petróleos de Angola, José Maria Botelho de Vasconcelos, anunciou a 10 de Setembro de 2014 a intenção de criar um comando nacional para lidar com incidentes e derrames de petróleo no mar.

A criação deste comando está prevista no Plano Nacional de Contingência Contra Derrames de Petróleo no Mar, aprovado em Conselho de Ministros em Novembro de 2008 e em fase de implementação.

"Estamos neste momento a identificar o local para a instalação do Comando Nacional de Incidentes e do Centro de Resposta de Notificação de Incidentes, que serão devidamente equipados com as ferramentas apropriadas para desempenharem o seu trabalho", disse José Maria Botelho de Vasconcelos.

O plano nacional de contingência, recordou o governante, inclui um comité técnico executivo, coordenado pelo Ministério do Ambiente, cabendo a coordenação do Comando Nacional de Incidentes ao Ministério dos Petróleos.

Segundo o ministro, a "implementação efectiva" dos vários componentes do plano nacional está em curso e alguns dos projectos identificadas já foram concluídos. É o caso do mapeamento das "áreas sensíveis" da costa norte de Angola e a formação dos técnicos da comissão.

Embora sem adiantar números, o governante assegurou que, com base nas informações recebidas dos operadores, Angola está "muito abaixo da média mundial" que resulta do cálculo entre barris de petróleo produzidos e derramados.

"Isso constitui um bom indicador, mas o nosso objectivo é e será sempre atingir zero derrames", enfatizou então.

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