O director de Operações Mineiras e Gestão de Participações da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), Miguel Vemba, destacou o potencial do país, frisando que actualmente as reservas são mais de 90 por cento em depósitos primários.
O mesmo responsável, que falava à imprensa à margem da 10.ª Semana Africana de Engenharia da UNESCO & Conferência Africana de Engenharia, que decorre até Sexta-feira, em Luanda, considerou necessário encontrar mecanismos eficientes para recuperar o valor dessas reservas, citando o recurso à inteligência artificial.
“Só por esta nova tecnologia nós vamos conseguir aumentar consideravelmente as nossas reservas, diminuindo o tempo que se leva para fazer os estudos”, disse, destacando que também as novas tecnologias, com equipamentos de maior capacidade, podem facilitar as operações.
Miguel Vemba anunciou ainda que a Endiama poderá avançar no próximo ano para produção própria, deixando de depender simplesmente das suas participações, com dois projectos em fase de prospecção.
Trata-se de dois projectos, o de Luachimba, em fase bastante avançada, que deverá em 2025 entrar em produção piloto, e o Xamacanda, também “com bastante potencial”, ainda na fase de estudo e recolha de informação, referiu.
“O Luachimba já está de facto avançado e, em 2025, nós vamos ver o regresso à produção própria, um projecto Endiama de facto, isto é apenas o primeiro sinal que estamos a dar. Começou com o Luachimba, o Xamacanda é o segundo projecto, a pretensão é de continuar a desenvolver esses projectos e não depender simplesmente das nossas participações”, realçou.
Angola é o quatro maior produtor mundial de diamantes brutos, com uma produção industrial de 9,8 milhões de quilates de diamantes em 2023, proveniente das províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Bié, Cuanza Sul e Malanje.
No primeiro semestre deste ano, o país produziu 5,6 milhões de quilates, um aumento de 36 por cento comparativamente ao período homólogo de 2023, ano em que registou uma produção total de 4,1 milhões de quilates.