"O país é autossuficiente para cobrir o seu consumo médio anual de cerca de 420 mil toneladas métricas de gás butano, sendo que, as especificações do Gás de Petróleo Liquefeito utilizado no país obedecem o estabelecido no Decreto Executivo n.º 288/14 de 25 de Setembro", informou José Barroso, secretário de Estado para o Petróleo e Gás.
O responsável – que falava nesta Quinta-feira no workshop 'Tudo Sobre Gás Butano' – indicou que a importância do gás butano "é evidenciada na sua aplicação para o uso residencial social e na utilização industrial", lê-se num comunicado do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a que o VerAngola teve acesso.
Segundo o secretário de Estado, este mercado conta sobretudo com duas empresas – Unidade de Negócio de Refinação e Petroquímica da Sonangol, proprietária da Refinaria de Luanda, e a Angola LNG – dedicadas à produção e à distribuição "e é dominada por apenas cinco empresas e uma vasta rede de agentes comerciais privados, que se dedicam à revenda a grosso e a retalho do gás butano em botijas transportáveis", acrescenta a nota.
Relativamente ao gás canalizado, José Barroso informou que actualmente "existem apenas seis empresas instaladoras" e duas inspectoras com autorização do Instituto Regulador dos Derivados de petróleo (IRDP).
"No que diz respeito ao gás canalizado, no momento existem apenas seis empresas instaladoras e duas empresas inspectoras autorizadas pelo IRDP, que em nossa opinião é um número de empresas bastante reduzido pela dimensão do país, cuja promoção deverá ser um dos objectivos do presente workshop", adiantou, citado no comunicado.
Já intervindo à margem do encontro, o responsável fez saber que existem aproximadamente cinco milhões de botijas de gás a circular, todavia 75 por cento encontram-se em "mau estado de conservação", tendo aproveitado para apelar, "desde já, a necessidade de fábricas para a fabricação de garrafas, mais instalações para o recondicionamento e requalificação desses recipientes".
Assim, disse abrir-se um "espaço à iniciativa privada". "Abre-se um espaço à iniciativa privada, para investimentos nas diversas linhas de negócio do segmento de gás butano. Apelamos igualmente aos sectores industrial, hoteleiro, de construção e outros que conformam a sua actividade à legislação vigente sobre o gás", indicou, citado no comunicado da tutela.
Já citado pela Angop, o responsável informou igualmente que mais de metade da produção (90 por cento) deriva da Angola LNG, enquanto os restantes seis e quatro por cento dizem respeito à Sonangol e Chevron, respectivamente, com esta última a servir de forma exclusiva Cabinda.
Entre outros aspectos, salientou que a prioridade passa por dar resposta ao mercado nacional, com o remanescente de gás butano a ser alvo de exportação, sobretudo para a República Democrática do Congo e para o Congo, escreve a Angop.