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Contagem do movimento cívico Mudei aponta para empate técnico entre MPLA e UNITA

O movimento cívico Mudei divulgou esta Sexta-feira a sua contagem paralela dos resultados das eleições que aponta para um empate técnico entre o MPLA e a UNITA, ambos com 48 por cento de votação.

: Paulo Novais/Lusa
Paulo Novais/Lusa  

O escrutínio baseou-se na contabilização de 437.651 votos, distribuídos por 13.226 assembleias de voto, das quais foram escrutinadas 628 (4,75 por cento), distribuídas de forma proporcional pelas 18 províncias para obter uma amostragem representativa.

Na projecção apresentada em conferência de imprensa apenas 422 votos separam o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto da Costa Júnior, do presidente do MPLA e recandidato ao cargo de Presidente da República, João Lourenço, com 205.252 votos atribuídos aos "maninhos" contra 204.830 no partido dos "camaradas".

"Não podemos dizer que os resultados favoreceram o candidato A ou o candidato B, não existe essa vantagem, há um empate de 48 por cento, há uma vantagenzinha que não é suficiente para tomarmos posição, excepto a de poder pôr em causa os dados oficiais", sublinhou o activista e 'rapper' Luaty Beirão.

Na Segunda-feira, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou os resultados finais com uma vitória, com maioria absoluta, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 51,17 por cento, um resultado contestado pela UNITA, que obteve 43,95 por cento.

O objectivo era chegar aos 500.000 votos contados, objectivo ainda não atingido "porque são necessárias actas de outras províncias, para que a amostra seja representativa e equilibrada", explicou Luaty Beirão.

"Muitas das actas, ao contrário do que estipula a lei, não foram afixadas o que truncou um pouco a nossa capacidade de ir mais longe, mas continuaremos enquanto houver o diferendo desde que tenhamos mais actas, para que os 164 municípios estejam representados de forma proporcional e para que a amostragem seja representativa", salientou.

Luaty Beirão considerou que a CNE "desrespeitou e atropelou todas as leis possíveis" ao não afixar as actas em todas as assembleias de voto e assinalou que "a UNITA tem uma responsabilidade acrescida perante a sociedade", já que tem acesso a estes documentos, através dos delegados de lista.

"Eles estão a fazer uma contagem paralela, não é uma projecção e ontem fizeram um anúncio bastante contundente que vão pedir a impugnação de todo o processo. É muito importante que apresentem os dados e as proporções das suas contagens", declarou o coordenador do Mudei.

Luaty Beirão defendeu que "se o resultado oficial é duvidoso" deve haver uma confrontação das actas.

"Nós, eleitores, é tudo o que nós queremos, queremos ter a certeza da fiabilidade dos resultados apresentados pelo órgão oficial, daí pedirmos que sejam publicadas as actas", disse.

O Mudei apresentou também a sua posição pública sobre o acto eleitoral em Angola, afirmando "categoricamente que as eleições gerais de 24 de Agosto de 2022, não foram justas, nem transparentes e resultaram na perversão dos princípios que deve reger um Estado verdadeiramente democrático e de direito".

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