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PGR congela contas da filha de Agostinho Neto

A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu congelar todas as contas bancárias da filha de Agostinho Neto e mulher de Carlos de São Vicente, Irene Neto. A medida decretada está ligada ao congelamento realizado na Suíça às contas de Carlos de São Vicente, avança o jornal Expresso.

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Esta não é a primeira vez que a filha do primeiro Presidente angolano vê os seus bens serem congelados. Em Dezembro do ano passado, o Ministério Público de Genebra ordenou o congelamento das contas da ex-deputada do MPLA no banco SYZA.

Em causa está a investigação levada a cabo pelas autoridades a Carlos de São Vicente, suspeito pela prática dos crimes de peculato, participação económica, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

O nome do empresário, que foi constituído arguido na semana passada e começou a ser ouvido pela PGR esta Terça-feira, chegou aos jornais depois de a justiça suíça ter decidido manter congelados 900 milhões de dólares da sua conta, por suspeita de lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da seguradora da Sonangol é suspeito de ter transferido grandes quantidades de dinheiro, resultantes de operações da seguradora, para contas de familiares mais directos como os filhos e a mulher, abertas no estrangeiro.

As autoridades suíças alegam que entre 2012 e 2019 o empresário transferiu quase 900 milhões de dólares da seguradora para as suas contas, algo que só foi descoberto quando o banco SYZ alertou para uma transferência de 213 milhões de dólares.

As autoridades suspeitam que dinheiro arrecadado pela AAA Seguros seria transferido para paraísos fiscais detidos pelo empresário. Especialistas estimam que dos 85 por cento do dinheiro angariado pela seguradora, só cerca de 20 por cento chegava às co-seguradoras internacionais. De acordo com uma fonte da ARSEG, entidade que regula os seguros no país, citada pelo Expresso, "o resto era transferido para resseguradoras fantasmas em Londres e Bermudas".

A par do congelamento das contas na Suíça, as autoridades angolanas decidiram arrestar vários edifícios e os hotéis IKA, bem como congelar a participação de 49 por cento de Carlos de São Vicente no Standard Bank.

De acordo com o Expresso, a PGR poderá vir a ouvir a Sonangol (que já se mostrou disponível em colaborar com as autoridades) e o antigo vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

Uma fonte judicial adiantou entretanto à Lusa que foram também enviadas cartas rogatórias a Portugal e ao Luxemburgo, solicitando a colaboração das autoridades judiciais nestas investigações.

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